DÚVIDAS

«Pelo arco-íris» vs. «por o arco-íris»
Tenho uma dúvida suscitada por um amigo meu brasileiro. Esse meu amigo referiu há uns dias que, no Brasil, a frase «estou fascinado pelo arco-íris» é considerada pouco apropriada para um texto erudito. Isto por muitos escritores brasileiros considerarem que a contração pelo, que é resultado da aglutinação da antiga preposição per com o artigo ou pronome lo ou resultado da aglutinação de por e o, é informal e deve ser substituída por «por o», ficando: «Estou fascinado por o arco-íris.» Eu, que sou português, pergunto agora se aqui em Portugal se segue similar ideia. O que será mais conveniente para um texto erudito do português europeu? «Estou fascinado pelo arco-íris», ou «Estou fascinado por o arco-íris»? Desde já agradeço a atenção dispensada.
O determinante artigo definido + determinante possessivo
Na frase «A minha casa é bonita, mas a tua é mais»,  a (minha/tua) é um determinante artigo definido, mesmo não estando antes de um nome? Costumo explicar à minha filha que o determinante vem antes do nome, mas nestes casos vem antes de um determinante possessivo/pronome possessivo. Ela colocou-me esta questão. Presumo que, como se pode omitir o determinante, se mantenha a regra… Obrigada.
Complemento do adjetivo vs. agente da passiva
Como distinguir claramente o complemento do adjetivo introduzido pela preposição por do complemento agente da passiva em orações participiais sem o verbo auxiliar (ser) expresso? Considerando, por exemplo, as frases: i) «Cresci acompanhado por uma frase silenciosa.» ii) «Segundo a cronologia feita por Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em 16 de abril de 1889, em Lisboa.» iii) «A poesia de Pessoa mostra-nos sujeitos dilacerados pela angústia de se sentirem conscientes da sua consciência.» iv) «A poesia de Caeiro anula o núcleo metafísico do universo poético pessoano, obsessivamente dominado pela ausência de sentido que vê em tudo.» Diria que na frase i) o constituinte iniciado por por constitui um complemento do adjetivo, mas, relativamente às restantes, tenho reservas. A minha grande dúvida reside no facto de, nas construções passivas participiais, o verbo principal no particípio se assemelhar a um adjetivo, pelo que o segmento que se lhe segue, embora semanticamente possa sugerir o agente da ação, funciona sintaticamente como complemento do adjetivo. Como se pode identificar inequivocamente cada um dos complementos? Agradeço, desde já, a atenção dedicada à minha questão.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa