Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Discurso/Texto
Maria Gonçalves Estudante Portugal 2K

A modalidade expressa na frase: «Nas imediações de Tarddert, sou acordado pelo frio dos picos do Alto Atlas», retirado do relato «Marrocos. Miragens», de Manuel João Ramos, é apreciativa ou epistémica com valor de certeza?

A dúvida surgiu pela dificuldade em saber se o frio é algo objetivo ou subjetivo. Por exemplo, para o narrador, a temperatura que faz nos picos do Alto Atlas é baixa, tendo este frio, mas para alguém que viva num local cujas temperaturas rondem as do lugar anteriormente referido pode não estar frio.

Muito obrigada pela atenção.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 828

A propósito [de uma condicional de enunciação abordada] em 3/6/2022, acrescento o caso curioso das frases a seguir, em que a condição parece estar posta na oração principal, e não na subordinada iniciada por se:

«Se queres tornar-te culto, procura estudar muito.»

«Se escolhermos este caminho, precisaremos tomar cuidado com os perigos nele ocultos.»

«Se teu objetivo é atingir o ápice na carreira, prepara-te para enfrentar desafios.»

«Se você pretende escrever bem, leia bons autores.»

São também essas orações condicionais de enunciação?

Agradeço desde já a resposta.

Cláudia Vale Professora Lisboa, Portugal 2K

Na frase «Creio que todas as etapas da vida têm defeitos e virtudes e seria pouco sagaz defender em absoluto uma delas em detrimento de outras, nenhuma delas configura um período perfeito e idílico.» (Afonso Cruz, "Paralaxe, a crónica de Afonso Cruz", in Visão) ) está presente um ato ilocutório expressivo, declarativo, compromissivo ou assertivo?

Obrigada!

Diogo Fernandes Investigador Arruda dos Vinhos, Portugal 1K

Existe alguma tradução consagrada em português para a expressão inglesa «from the armchair?

Como em «[...] analyses performed by philosophers from "the armchair".»[*]

Ou se não consagrada, pelo menos com precedentes de utilização?

 

[N. E. – tradução livre: «análises realizadas por filósofos [que ficam] de poltrona»]

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Numa resposta dada pelo consultório de Ciberdúvidas, está a seguinte frase:

«Se erradicar se aproxima do exagero, irradiar pode também não satisfazer os mais ciosos da integridade semântica das palavras.»

Pergunto, então: a oração iniciada por se é uma oração subordinada condicional típica?

Desde já agradeço a resposta.

Ana Lucia Rodrigues Empresária Jundiai, Brasil 2K

Como substituir a expressão «nada pessoal»? Existe a palavra "apessoal"?

Vitor Alberto Lessa Oficial administrativo Brasil 4K

Minha dúvida é deveras simples: qual é o sentido da preposição em em textos religiosos, por exemplo, «Por Cristo, com Cristo e em Cristo», «escravo de Jesus em Maria»?

Tratar-se-ia de um sinônimo mais cerimonioso de «por meio de», «mediante», «com o auxílio de», etc.?

Agradeço-vos desde já.

Bercina Pereira Calçada Inspetora da Educação Paredes, Portugal 3K

Quando estabelecemos os pontos de uma ordem de trabalhos, os mesmos podem ser indicados em numeração romana (i, ii, iii, iv)?

Agradeço muito o vosso esclarecimento.

Vasco Trigo Jornalista Lisboa, Portugal 18K

Em 2009 este assunto foi aqui tratado e a opinião foi que a expressão «ouvidos de marcador» não fazia sentido. Mas hoje encontrei a referência seguinte, que poderá fazer sentido:

«Não é “ouvidos de mercador” e sim “ouvidos de marcador”. Na origem do provérbio está a marcação de escravos com ferro quente, com o nome do seu dono, para que fossem facilmente identificados. “O marcador” nunca "ouvia" as súplicas e gritos daquelas pessoas» (@vilminha_reis, Twitter, 07/05/2022).

Qual é a vossa opinião?

Obrigado.

Tiago Silva Estudante Lisboa, Portugal 9K

Considere-se o seguinte excerto:

«O único viajante com verdadeira alma que conheci era um garoto de escritório que havia numa outra casa, onde em tempos fui empregado. Este rapazito coleccionava folhetos de propaganda de cidades, países e companhias de transportes; tinha mapas – uns arrancados de periódicos, outros que pedia aqui e ali –; tinha, recortadas de jornais e revistas, ilustrações de paisagens, gravuras de costumes exóticos, retratos de barcos e navios. Ia às agências de turismo, em nome de um escritório hipotético, ou talvez em nome de qualquer escritório existente, possivelmente o próprio onde estava, e pedia folhetos sobre viagens para a Itália, folhetos de viagens para a Índia, folhetos dando as ligações entre Portugal e a Austrália.»

O segmento textual «Este rapazito coleccionava folhetos de propaganda de cidades, países e companhias de transportes» evidencia o respeito por que princípios da coerência textual? Respeita todos os princípios do mesmo modo; ou, por outro lado, um especialmente, em particular (por exemplo, o da relevância ou o da não contradição, em havendo a necessidade de se elencar só um)?

Muito obrigado.