Não temos conhecimento do quadro no qual está a desenvolver a sua análise. De qualquer forma, de um modo geral, a força do argumento está na sua capacidade de sustentar a tese que se defende. Assim, terá mais força um argumento baseado em dados observáveis do que um argumento baseado na opinião pessoal.
No âmbito da teoria de Ducrot1, teórico da análise do discurso e da argumentação, a força argumentativa encontra-se também nos conectores, que carregam um valor argumentativo intrínseco. Estes reforçam, atenuam, contrapõem ou adicionam argumentos.
Assim, na frase (1), se a orientação do texto argumentativo for a de contra-argumentação, então a força estará em «não o adquirimos». Todavia, se o objetivo for o de sustentar a tese, então, nesse caso, a força estará em «nós alugamos o livro digital»:
(1) «De certo modo, nós alugamos o livro digital, não o adquirimos.»
Em (2), a força argumentativa pode assentar no segmento «Embora não tenha nascido ontem», se a intenção for a de explorar o contraste:
(2) «Embora não tenha nascido ontem, a era digital ainda é um mundo todo novo.»
Disponha sempre!
1. Ducrot, Le Dire et le Dit. Éditions de Minuit, 1985.