Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Discurso/Texto
Julian Alves Estudante Roma, Itália 1K

Não estou seguro da pergunta que vou fazer, pois não tenho certeza de como a expressão é escrita.

Mas eu gostaria de saber se a expressão «da hora que…» ou «das horas…» é de origem antiga e se enraizou por isso no dia a dia, pois é muito ouvida numa situação de impaciência. Ex.: «Das horas que eu estou aqui nesta fila esperando e não sou atendido.»

Desde já, obrigado.

Bruno André Desempregado Usseira, Portugal 5K

Qual a diferença de usar «não lho levaria a mal» e «não lhe levaria a mal»?

Eu posso substituir o lho pelo lhe?

Obrigado.

Ana Santos Estudante Porto, Portugal 3K

Gostaria de esclarecer a seguinte questão: nas frases «Pode dizer-me as horas?» e «Sabes a que horas começa o filme?», estamos perante atos de fala diretos ou indiretos e o porquê?

Nas frases «Tenciono fazer uma viagem a Paris daqui a dois meses» e «Espero que não chegues atrasado» por que razão são classificadas como atos ilocutórios diretivos?

Por último, por que razão a frase «Acho mal que tenhas respondido dessa forma» configura um ato ilocutório expressivo e não assertivo?

Muito obrigada pela atenção dispensada.

Guilherme Raenck de Moura Vidraceiro Santa Cruz do Sul, Brasil 57K

Gostaria de perguntar se há diferenças de sentido entre a expressão «salvo engano» e «se não me engano», no caso de uma ser substituída pela outra. Exemplos:

«Salvo engano, o presidente tomará posse em breve.»

«Se não me engano, o presidente tomará posse em breve.»

Agradeço desde já a ajuda prestada pelos competentíssimos professores!

Sofia Carvalho Estudante Lisboa, Portugal 3K

Venho pedir a vossa ajuda para perceber as possíveis estratégias de coesão presentes no uso do pronome a (em «a sinto») na frase «Escrevi esta carta com sinceridade e é com sinceridade que a sinto». Este pronome constitui um exemplo de coesão gramatical referencial por anáfora.

A minha dúvida é se pode ser também um caso de coesão gramatical frásica, por ser o complemento direto de um verbo e estar no feminino singular.

Muito obrigada pela vossa ajuda.

Guilherme Roosevelt Servidor público Rio de Janeiro, Brasil 7K

Gostaria de saber se o termo defunto pode ser usado para, de maneira respeitosa, referir-se a quem morreu, tal como o latim de cujus é usado.

Certamente a palavra defunto é muito usada de maneira jocosa e desrespeitosa, mas ela também não pode ser usada simplesmente como sinônima de falecido?

Pedro Carvalho Estudante Lisboa, Portugal 1K

Estou a estudar os atos ilocutórios e surgiu-me uma dúvida. Os atos ilocutórios têm em conta o locutor e os verbos que expressam a sua intencionalidade.

Tendo em conta este aspeto, na frase «O autor assegura que a personagem dialoga com os leitores», estamos perante um ato ilocutório assertivo ou compromissivo?

No manual, o verbo assegurar aparece na lista do ato compromissivo.

Muito obrigada pela ajuda.

Maria João Carvalho Professora Lisboa, Portugal 1K

Antes de mais, grata pelo vosso serviço.

Ao realizar um questionário com uma das minhas turmas, surgiu a seguinte questão:

Poderemos classificar o verbo saltar como deítico espacial, quando conjugado na 1.ª pessoa?

Obrigada.

Telma Maria Moniz Pinheiro Marques Arquiteta Feijó – Almada, Portugal 12K

Qual o tipo de coesão na frase «Escorregam da mente criativa de Fernando e foram batidos à máquina tingindo o papel de onde nunca saíram»?

Obrigada.

Célia Maria Salvador Barroca Aposentada do Ensino Superior Politécnico Riachos - Torres Novas, Portugal 1K

O nome da minha terra, Riachos, parece ter origem no nome ou alcunha de um homem, «O Riacho», que surge já num documento de 1502. A partir de 1560 aparecem os primeiros registos referentes às famílias de «Afonso Fernandes Riacho» e «Simão Fernandes Riacho». A partir de 1622 aparece a referência aos «Casais do Riacho» e a partir daí o lugar passa a ser designado por Casais dos Riachos ou simplesmente Riachos (em 1656, um casamento na ermida de Santo António «sita nos Casais dos Riachos»).

Riachos, como localidade, teve origem na aglutinação de vários casais, cujos nomes ainda existem, referindo ruas ou zonas da terra, como Casal das Lobas, Casais Novos, Casal da Raposa, etc.

As pessoas em Riachos sempre disseram «os Riachos» e «nos Riachos», e os mais velhos diziam mesmo «o Riacho» e «no Riacho». Nos nossos dias ainda há quem diga, quando se desloca de uma rua longe do centro da terra, para o largo, que vai «ao Riacho», ou seja, que vai ao largo da terra, ao centro. Mas hoje há quem defenda que o mais correto é dizer-se que se vive «em Riachos», e não «nos Riachos», que se é «de Riachos» e não «dos Riachos». Eu própria autocorrigi-me por volta dos meus 18 anos, pensando que dizia mal, tal como a minha família, que era «dos Riachos».

A Câmara Municipal resolveu a questão há anos atrás, normalizando tudo, ficando assim: «Freguesia de Riachos», «Freguesia de Meia Via», «Freguesia de Pintainhos», «Freguesia de Lapas», «de Brogueira», «de Mata», «de Ribeira Ruiva», etc. Há pessoas que continuam a usar o artigo, outras a contrariar isso, e a polémica está instalada, com pessoas a chamar ignorantes no Facebook aos que continuam a referir-se à terra tal como aprenderam no seio das suas famílias.

Agradeço por isso o vosso esclarecimento, pedindo desculpa pelo texto longo, mas que julguei útil.