v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
O Galego e o Português são a mesma Língua?
Perguntas portuguesas sobre o galego
Por Marco Neves

Este pequeno livro, de cerca de 130 páginas, retoma o (discreto) contraponto português na discussão da profunda afinidade linguística luso-galaica, num momento em que se encara o futuro do galego com muita apreensão. Insere-se, portanto, numa história já longa, embora com não muitos intervenientes em Portugal. Entre estes, destacaram-se inicialmente filólogos e linguistas como Teófilo Braga (1843-1924) e Leite de Vasconcelos (1858-1941), a que se seguiu Rodrigues Lapa (1897-1989), certamente o português que até aos anos 70 deu ao debate o contributo mais estruturado, até do ponto de vista político. As décadas seguintes veriam em Portugal a recondução do galego às balizas da história medieval da língua e à aceitação do seu estatuto de língua autónoma e diferenciada do português, por exemplo, no trabalho de Ivo Castro, profundo conhecedor da Galiza; noutra perspetiva, Fernando Venâncio daria a energia polémica à abordagem do tema já no presente século. Procurando responder à questão que dá título ao seu próprio livro, Marco Neves, tradutor e professor universitário, inclui-se, portanto, nesta linhagem; e, se, por momentos, chega a dar a impressão de voltar aos tempos de Rodrigues Lapa, depressa mostra que a sua posição é bem diferente.

O prólogo é do linguista

Da Boca para Fora
Origem e histórias lexicais do quotidiano dos portugueses
Por Andreia Vale

A autora de Puxar a Brasa à nossa Sardinha e de  Cruz Credo, Bate na Madeira..., lançou uma nova obra – Da Boca para Fora (editora Manuscrito). E, à semelhança dos dois livros anteriores, a jornalista Andreia Vale centra-se nas palavras e expressões divertidas que se popularizaram na linguagem informal em Portugal, o que confirma o seu gosto por palavras, o seu gosto em «descobrir novas palavras e significados» e de «descobrir as suas histórias e origens» (na Introdução, pág. 9)

Neste caso, são dez os capítulos temáticos, o primeiro dos quais abordando as palavras da preferência particular da autora – «Palavras que eu gosto (porque sim!)»–, por exemplo, saudade, pindéricas ou fornicoques. Seguem-se as  «Palavras que deixam água na boca» (sardinha, bica ou boa como o milho); as «Palavras do corpo humano e da roupa que vestimos» (borboto, hoodie ou biquíni); as «Palavras da natureza, onde não faltam animais» (cloaca, chibo ou fevereiro); as «Palavras das "coisas" e dos objectos do nosso dia a dia» (salário, salazar <...

Manual do Bom Português Atual
Conforme as novas regras introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1990 e muito além dele
Por Lúcia Vaz Pedro

Neste livro, a professora Lúcia Vaz Pedro esclarece algumas questões relacionadas com o Acordo Ortográfico de 1990, em vigor no Brasil, em Cabo Verde e em Portugal, nomeadamente as que mais dúvidas têm causado a quem o aplica. Ao longo de cinco capítulos que constituem este Manual do Bom Português Atual, editado pela Calendário de Letras, em 2016, pontuam-se os esclarecimentos sobre a três novas letras acrescentadas ao alfabeto português, sobre o uso das maiúsculas e das minúsculas iniciais, da supressão das consoantes não articuladas, da acentuação e das novas regras quanto à hifenização (grande parte delas inexistentes de todo na norma de 1945). Outros assuntos tratados vão além das (novas) questões ortográficas – como é o caso das competências gráfica, morfossintática e discursivo-textual do português, assim como à volta da pontuação e outras questões problemáticas da língua (p...

Gramática para Todos
O português na ponta da língua
Por Marco Neves

Depois de abordar a língua em diferentes áreas, Marco Neves aceitou o desafio de lançar no mercado uma gramática. A Gramática para todos – o português na ponta da língua, da editora Guerra & Paz, é uma obra que dá continuidade ao estilo informal a que o autor já habituou os seus leitores.

A opção pela coloquialidade fica patente na organização da própria obra, que, mitigando as tradicionais partes da gramática, recorre a metáforas que ilustram o funcionamento gramatical, sendo suscetíveis de simplificar o conteúdo de cada capítulo aos olhos de um leitor não especializado: a secção «Armazém das palavras» aborda a morfologia («Peças para construir palavras») e as classes de palavras, distinguidas entre «Armazéns de porta aberta» (as classes abertas) e os «Parafusos da gramática», as classes fechadas, ditas funcionais; a secção «A máquina das frases» inclui o «Molde da frase» (funções sintáticas e grupos de palavras, mas também secções mais inovadoras, do género «Como criar frases infinitas»). A gramática dedica também um capítulo à produção textual («Como criar um texto»), um outro ao tratamento das dúvidas / erros frequentes («O verniz da escrita»). Aborda, por fim, a «Pontuação», «Sinais», «Abreviaturas, siglas, acrónimos e números» e «Maiúsculas e minúsculas».

No plano estrutural é, portanto, uma gramática que oscila entre a tradição e a procura de zonas de inovação, o que se afigura uma tarefa difícil quando se fala de gramática e, sobretudo, quando o objetivo é clarificar a gramática já existente. Não obstante, fica claro que todas as opções da gramática da autoria de Marco Neves se constro...

Políticas Linguísticas em Português
Por Paulo Feytor Pinto, Sílvia Melo-Pfeifer

Mais de quarenta anos depois das independências dos países africanos de língua portuguesa, é tempo de balanço. Balanço de tudo. O livro Políticas Linguísticas em Português, coordenado por Paulo Feytor Pinto e Sílvia Melo-Pfeifer integra os mais variados estudos sobre uma grande diversidade de matérias na especificidade do português, variante europeia, e nas variantes de cada um dos territórios onde vive e contribui para a unidade nacional dos PALOP e do Brasil.

Uma reunião de onze textos originais da autoria de catorze especialistas: de modo diferenciado, de acordo com as especificidades dos contextos e as opções dos autores, os contributos abordam tópicos como a história social da diversidade linguística do país ou território em análise; as representações sociais; os estatutos e papéis da língua portuguesa e das outras línguas presentes; as práticas e ideologias linguísticas; e, naturalmente, a política linguística explícita, nos domínios do estatuto, do corpus e da educação. 

A obra começa com o investigador brasileiro Marcos Bagno, "Duas línguas, quantas políticas?" que defende a tese da existência de «dois sistemas linguísticos e, portanto, duas línguas». Enuncia de seguida determinados aspetos que pretendem dar corpo à sua conhecida polémica tese. Por exemplo, os fenómenos fonéticos exclusivos do português europeu e al...