v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
Camões Conseguiu Escrever Muito para Quem só Tinha Um Olho…
E outras respostas disparatadas em aulas e testes de Português
Por Lúcia Vaz Pedro

«Professora, como é que que Camões conseguiu escrever tanto só com um olho?» foi uma das perguntas mais disparatadas relatadas por  Lúcia Vaz Pedro da sua experiência de mais de 25 anos de docência de Português e que justificam o tão expressivo título deste seu novo  livro (editora Manuscrito).

Com muitos, muitos mais casos de erros reais verdadeiramente hilariantes. Como, por exemplo, a uma pergunta da professora («Qual a função do apóstrofo?»), o aluno responde assim: «Os apóstrofos são os discípulos de Jesus e andavam sempre com ele» … Ou estoutra: «Faz um resumo da batalha de Aljubarrota, tendo em conta o episódionarrado em Os LusiadasResposta: «Pum-pum. Zás. Ui! Ai! Os portugueses deram cabo dos espanhóis.» Ou, ainda, no seguimento de uma  extrato de O Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de Mello Breyner. Pergunta: «Refere qual o tempo verbal predominante  no  parágrafo destacado.» Resposta do aluno: «O tempo deve ser frio, pois é noite de Natal.» Nada melhor do que humor da professora, no seu comentário: «Valha-me o Menino Jesus!» – seguido, depois da devida explicação sobre a confusão do aluno entre o tempo verbal em causa e o tempo meteorológico...

Partindo deste tipo d...

O ensino do português como língua não materna
Metodologias, estratégias e abordagens de sucesso
Por Paulo Osório e Luís Gonçalves

A publicação O ensino do português como língua não materna: metodologias, estratégias e abordagens de sucesso (Editora Dialogarts), coordenada por Paulo Osório e Luís Gonçalves, disponível em fonte aberta (aqui), reúne um conjunto de artigos que abordam a temática do ensino do português como língua estrangeira (PLE), propondo abordagens e reflexões muito variadas.

Trata-se de uma obra que apresenta experiências de PLE desenvolvidas em contextos tão variados como a Universidade de Princeton (EUA), a Hankuk University of Foreign Studies (Coreia do Sul), várias universidades do Brasil (a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal do Pa...

O Galego e o Português são a mesma Língua?
Perguntas portuguesas sobre o galego
Por Marco Neves

Este pequeno livro, de cerca de 130 páginas, retoma o (discreto) contraponto português na discussão da profunda afinidade linguística luso-galaica, num momento em que se encara o futuro do galego com muita apreensão. Insere-se, portanto, numa história já longa, embora com não muitos intervenientes em Portugal. Entre estes, destacaram-se inicialmente filólogos e linguistas como Teófilo Braga (1843-1924) e Leite de Vasconcelos (1858-1941), a que se seguiu Rodrigues Lapa (1897-1989), certamente o português que até aos anos 70 deu ao debate o contributo mais estruturado, até do ponto de vista político. As décadas seguintes veriam em Portugal a recondução do galego às balizas da história medieval da língua e à aceitação do seu estatuto de língua autónoma e diferenciada do português, por exemplo, no trabalho de Ivo Castro, profundo conhecedor da Galiza; noutra perspetiva, Fernando Venâncio daria a energia polémica à abordagem do tema já no presente século. Procurando responder à questão que dá título ao seu próprio livro, Marco Neves, tradutor e professor universitário, inclui-se, portanto, nesta linhagem; e, se, por momentos, chega a dar a impressão de voltar aos tempos de Rodrigues Lapa, depressa mostra que a sua posição é bem diferente.

O prólogo é do linguista

Da Boca para Fora
Origem e histórias lexicais do quotidiano dos portugueses
Por Andreia Vale

A autora de Puxar a Brasa à nossa Sardinha e de  Cruz Credo, Bate na Madeira..., lançou uma nova obra – Da Boca para Fora (editora Manuscrito). E, à semelhança dos dois livros anteriores, a jornalista Andreia Vale centra-se nas palavras e expressões divertidas que se popularizaram na linguagem informal em Portugal, o que confirma o seu gosto por palavras, o seu gosto em «descobrir novas palavras e significados» e de «descobrir as suas histórias e origens» (na Introdução, pág. 9)

Neste caso, são dez os capítulos temáticos, o primeiro dos quais abordando as palavras da preferência particular da autora – «Palavras que eu gosto (porque sim!)»–, por exemplo, saudade, pindéricas ou fornicoques. Seguem-se as  «Palavras que deixam água na boca» (sardinha, bica ou boa como o milho); as «Palavras do corpo humano e da roupa que vestimos» (borboto, hoodie ou biquíni); as «Palavras da natureza, onde não faltam animais» (cloaca, chibo ou fevereiro); as «Palavras das "coisas" e dos objectos do nosso dia a dia» (salário, salazar <...

Manual do Bom Português Atual
Conforme as novas regras introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1990 e muito além dele
Por Lúcia Vaz Pedro

Neste livro, a professora Lúcia Vaz Pedro esclarece algumas questões relacionadas com o Acordo Ortográfico de 1990, em vigor no Brasil, em Cabo Verde e em Portugal, nomeadamente as que mais dúvidas têm causado a quem o aplica. Ao longo de cinco capítulos que constituem este Manual do Bom Português Atual, editado pela Calendário de Letras, em 2016, pontuam-se os esclarecimentos sobre a três novas letras acrescentadas ao alfabeto português, sobre o uso das maiúsculas e das minúsculas iniciais, da supressão das consoantes não articuladas, da acentuação e das novas regras quanto à hifenização (grande parte delas inexistentes de todo na norma de 1945). Outros assuntos tratados vão além das (novas) questões ortográficas – como é o caso das competências gráfica, morfossintática e discursivo-textual do português, assim como à volta da pontuação e outras questões problemáticas da língua (p...