O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa faz 25 anos neste 15 de janeiro de 2022. Um quarto de século de dúvidas sobre a língua de todas as naturezas e oriundas de muitos espaços da lusofonia. Uma dinâmica que comprova que a língua, com as suas regras e usos, nem sempre tem soluções óbvias para os falantes.
Este facto é verdade hoje como era há 25 anos quando João Carreira Bom e José Mário Costa tiveram a feliz ideia de criar um espaço gracioso onde se esclareciam as dúvidas linguísticas de todos os falantes que as quisessem colocar. A necessidade de um espaço desta natureza era clara na altura tal como o é hoje, pois, tal como defendia João Carreira Bom, «A língua é como um rio: sem margens, desaparece». E este é um rio que continua o seu curso.
As dúvidas relacionadas com a língua têm este facto extraordinário: são individuais, mas, em simultâneo, são comuns a muito falantes. Por essa razão, a dúvida que eu tenho hoje poderá ocorrer a outro falante daqui a um mês ou daqui a cinco anos. Esta constatação é inequivocamente a razão pela qual muitas respostas publicadas no Ciberdúvidas continuam a ser lidas muitos anos depois de terem sido redigidas, totalizando números que são muito esclarecedores relativamente à sua pertinência e intemporalidade. Destacamos aqui a resposta à questão “À ou há? “, com mais de 800 000 visualizações. Entre as questões que recebem o maior número de leituras, recordamos também “As abreviaturas de senhor/a excelentíssimo e Vossa Excelência “, com cerca de 660 000 visualizações, e, em terceiro lugar, a pergunta relacionada com “Substantivos: comum de dois, sobrecomum e epiceno", com mais de 600 000 visualizações.
É significativo também registar o número total de consultas feitas ao Ciberdúvidas, as quais denotam um crescendo de interesse nos últimos anos: cerca de 23 000 000, em 2019, à volta de 25 000 000, em 2020 e perto de 27 000 000, em 2021.
As visitas ao espaço do Ciberdúvidas denotam de forma evidente que o projeto mantém a sua atualidade e que chega a um público alargado que se espalha pelo mundo. Só para referir os dados mais significativos: do Brasil chegam cerca de 67% das visitas e de Portugal, à volta de 25%. Outras consultas chegam de Moçambique, Angola e EUA, entre outras localizações um pouco por todo o mundo.
Para além das perguntas oriundas de uma pluralidade de locais dispersos pelo globo, registamos a diversidade de profissões dos consulentes que vêm até nós: advogados, administrativos, pessoas ligadas à educação, reformados, arquitetos ou bancários, só para referir as ocupações mais frequentemente apontadas.
Números iniludíveis que confirmam a plena vitalidade do Ciberdúvidas e o justificam como serviço útil no contexto da língua portuguesa.