1. A língua mirandesa encontra-se em risco de se converter numa língua morta. A segunda língua oficial portuguesa, assim reconhecida desde 29 de janeiro de 1999, tem falantes nas regiões do concelho de Miranda do Douro e das freguesias de Angueira e Vilar Seco, pertencentes ao concelho de Vimioso. Esta língua, que integra a família do asturo-leonês, tem sido alvo de diferentes medidas que visam a sua defesa e difusão, como é o caso da criação de uma disciplina escolar, que pretende oferecer às camadas mais jovens um contexto de aprendizagem formal, ou a criação da Biquipédia (a Wikipédia em mirandês), entre outras. Não obstante, um estudo recente, desenvolvido pela Universidade de Vigo, veio mostrar que o mirandês não parece ter o seu futuro assegurado porque a percentagem de jovens que o usam quotidianamente corresponde apenas a cerca de 2% dos seus falantes. A importância que uma língua minoritária assume na identidade de um país é uma realidade a considerar no desenho de uma política de língua madura e responsável, pelo que os resultados do estudo ora divulgado deverão obrigar os responsáveis políticos a uma séria reflexão em torno desta questão, antes que se revele tarde demais para qualquer medida que possa efetivamente ter algum efeito positivo.
A língua mirandesa tem, ao longo dos anos, merecido a atenção do Ciberdúvidas em textos de natureza variada, que aqui recordamos: «O Mirandês: dialecto ou língua?», «'Carreirones pa la nuossa lhéngua'», «Do solstício e da língua mirandesa», «'Buonos dies'. Aqui fala-se Mirandês, a língua dos avós e das crianças», «Dues Lhénguas», «L mirandés na blogosfera», «Estatuto e número de falantes do mirandês», «O porquê de o mirandês ter sido considerado língua», «Mirandês: letras de uma língua que se apaga», «É preciso proteger o mirandês»
Cf. Hoije ye l die de la fiesta de la Lhéngua Mirandesa + Mirandês assinala 26 anos como segunda língua oficial de Portugal + Mirandês: uma língua não morre enquanto andar no sentir e no falar
2. Qual o uso mais correto: «cedo demais» ou cedo de mais»? Com esta questão, que, não raro, se coloca em diferentes situações de escrita, se abre a atualização do Consultório. Nesta rubrica, ficam igualmente disponíveis respostas de âmbito ortográfico («Oríon, Orião e Orionte» e «Bovinicultura e bovinocultura»), semântico-lexical (««Cerca de» e «por volta de»» e ««De tarde», «à tarde»») e sintático («O pronome nos como constituinte sintático», «A sintaxe de «vir de carro» (transportes)» e «Oração subordinada substantiva completiva: «descobre como funciona a narrativa»»).
3. O uso de anglicismos para descrever situações continua a imperar na esfera pública, como o comprova a utilização de termos como chairman ou CEO, usados a propósito da exoneração dos dois principais administradores da TAP (companhia de aviação portuguesa), como assinala José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas, neste seu apontamento para o Pelourinho.
4. A sigla LGBT, o seu significado e as suas variantes, constituem o foco do apontamento de Sara Mourato, colaboradora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
5. No seu apontamento difundido no programa Páginas de Português, na Antena 2, a professora Carla Marques recorda qual a designação a dar em português europeu ao número 1 000 000 000.
6. A relação entre os lapsos de linguagem e aspetos do processamento cognitivo da linguagem é sistematizada em alguns dos seus traços pela jornalista Clara Soares no seu artigo transcrito da revista Visão, com a devida vénia.
7. O problema do assédio sexual na Universidade de Lisboa assume-se como a matéria central do artigo da professora universitária Margarita Correia, que reflete sobre o encontro Assédio na ULisboa: conceitos, causas, intervenientes, organizado pelo Movimento U (publicado originalmente no Diário de Notícias e transcrito com a devida vénia).
8. Entre os acontecimento de relevo para a língua, recordamos que a 6 de março se assinalou o Dia Europeu da Terapia da Fala, o que deu matéria para algumas reflexões em torno da importância desta área da saúde.