As questões da orientação sexual e da identidade de género continuam na ordem do dia, suscitando adesões ou fortes reações hostis com amplo impacto político. Em muitos países, trata-se, em traços gerais, da luta pela igualdade social através da consciencialização das pessoas contra a homofobia («medo irracional em relação à homossexualidade; preconceito contra os homossexuais; ódio em relação aos homossexuais»1), bifobia («aversão em relação à bissexualidade; preconceito contra bissexuais; ódio em relação aos bissexuais»1), lesbofobia («rejeição, aversão, discriminação ou preconceito contra o homossexualismo feminino ou contra mulheres homossexuais»1) e transfobia («rejeição ou preconceito contra os transexuais ou o transexualismo»1). Uma das manifestações mais exuberantes deste movimento social é o Dia Internacional do Orgulho LGBT, festejado em 28 de junho; mas o conjunto de problemas que convoca tem atualmente enorme repercussão no domínio cultural e até põe em causa certas convenções do funcionamento linguístico (ver Abertura do Ciberdúvidas em 25/06/2021).
O que significa, então, LGBT? LGBT é a sigla usada em referência a lésbicas, gays, bissexuais e transgénero. Esta tem sido, até muito recentemente, a autodesignação para minorias de orientação sexual e identidade de género. Contudo, os mais atentos devem saber que esta sigla tem sofrido variações, e que atualmente é constituída pela sequência LGBTQIA+. Cada uma das letras desta sigla corresponde a:
L: Lésbicas («mulher homossexual»1)
G: Gays («homem homossexual»1)
B: Bissexuais («pessoa que se sente atraída por indivíduos de ambos os sexos»1)
T: Transgénero («pessoa que expressa uma identidade de género diferente da que corresponde ao seu género de nascença»1)
Q: Queer ou Questionadores («que ou aquele cuja identidade sexual ou de género não corresponde ao padrão social normativo»1)
I: Intersexo («condição do indivíduo que apresenta órgãos e/ou características sexuais masculinas e femininas; intersexualidade»1)
A: Assexuais («que ou pessoa que nunca ou apenas raramente sente desejo sexual»1)
+: procura atender e representar quaisquer outras pessoas que não se sintam incluídas em nenhuma das outras identidades cobertas pelas iniciais da sigla.
Não raro é, também, encontrarmos referência a LGBTQIAP+. Este P, não presente na sigla em LGBTQIA+, é de pansexual, i.e., «pessoa cujas possibilidades de relacionamento sentimental e orientação sexual não são, assumidamente, limitadas por qualquer questão de género ou de identidade sexual»1. Do mesmo modo, temos ainda LGBTQIAPN+, correspondendo o N a pessoas não-binárias: «que ou pessoa que não se identifica com o género feminino ou com o género masculino»1.
Constata-se, assim, que esta sigla não é fixa e, de acordo com as necessidades de quem a utiliza, surge nas suas diferentes variações. Também a ordem das iniciais não está padronizada, por exemplo o L e o G podem ter ordem inversa: GLTB – não é caso em Portugal, onde parece existir uma ordem fixa para as iniciais. Não obstante tudo isto – a ordem das letras ou o uso de mais ou menos letras na sigla –, a forma pela qual é mais conhecida e mais facilmente referenciada é LGBT, por ser mais curta e de fácil memorização.