1. O Dia da Europa assinala-se a 9 de maio como forma de celebrar a paz e a unidade do continente europeu. A comemoração deste dia faz mais do que nunca todo o sentido se atendermos à escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, no seio do qual não se têm vislumbrado soluções a curto prazo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, assinala este dia com uma visita à Ucrânia, com o objetivo de preparar as negociações com vista à adesão deste país à União Europeia. Não obstante, embora as intenções sejam de paz, o termo guerra, que foi a palavra do ano de 2022, parece insistir em manter a mesma vitalidade do ano anterior. As palavras guerra e paz têm passado também frequentemente por diversos textos do Ciberdúvidas, cuja leitura mantém a sua atualidade no atual quadro geopolítico: "Qual é a origem da palavra guerra?"; "Guerra, palavra incómoda"; "Guerra"; "Guerra" e "Família de palavras de paz + pacífico".
2. A atualização do Consultório abre com a análise dos possíveis processos que estarão na base da formação da palavra casario e ainda com a análise da formação e possível uso do termo “enormeza”. A estas respostas juntam-se outras na área da sintaxe ("'De que' e cujo") e da semântica ("Servir de/como", "Desde vs. de: 'tirei as fotografias desde um autocarro'"; "O nome teca, 'porção'" e "Afetivo vs. Afetuoso").
3. Na rubrica A covid-19 na língua, regista-se a entrada «Doses de sobra», que dá conta dos 3,5 milhões de doses de vacina que foram destruídos por terem ultrapassado os prazos de validade.
4. A questão da flexão no plural do adjetivo composto verde-musgo é abordada pela professora Carla Marques no âmbito da colaboração no programa Páginas de Português, na Antena 2.
5. No Correio apresentam-se algumas reflexões a propósito de uma questão relacionada com a produção de trabalhos académicos em Portugal escritos na variante de português do Brasil. Em complementaridade com este tema, fica disponível na rubrica Lusofonias o artigo da linguista e professora universitária Margarita Correia publicado no Diário de Notícias de 8/05/2023 sobre a questão da planificação linguística. Área complementar à da política linguística, são aí referidos os casos da Finlândia e de Espanha, em contraponto aos dos oito países lusófonos – onde tudo ainda está por fazer.
6. As questões lexicais na sua relação com vários contextos sociais ou culturais estão na base dos dois textos, que se transcrevem com a devida vénia: "Pacientar vs. 'amarrar capulana'", da ensaísta Sara Jona Laisse, e "Pepe, o monolítico", de autoria do jornalista João Querido Manha: o primeiro relacionado com a condição da mulher em Moçambique e o segundo com os significados de mono em português e em espanhol. Esta mesma realidade linguística explica, não raro, o dinamismo que as línguas adquirem e que, muitas vezes, justifica a entrada de novos termos no dicionário, tal como se explica no artigo de autoria da jornalista Filipa Lino, publicado no âmbito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, no Jornal de Negócios (aqui partilhado com a devida vénia). Ainda no âmbito da evocação desta data, Fernando Tchakupomba, licenciado em ensino do português, publica um texto que passa em revista a evolução da língua portuguesa ao longo dos tempos (publicado no jornal angolano O País).
7. Até ao dia 11 de maio decorre em Luanda a 4.ª edição da Semana da Língua Portuguesa, um encontro que visa estimular o intercâmbio entre especialistas da língua e também celebrar a própria língua.