
Um consulente angolano quer saber se a análise gramatical que fez está correcta. Muito depende da coerência dessa descrição com a perspectiva e a terminologia escolhidas. Contudo, o poder descritivo de tais instrumentos é sempre posto à prova, podendo revelar-se a sua insuficiência; como explicar, por exemplo, a concordância com o predicativo do sujeito ou o comportamento semântico do verbo fazer na expressão fazer anos? Muitas vezes, é a imprevisibilidade de certos factores culturais que dá o toque inconfundível de uma língua. É sempre possível identificar a forma mais correcta de um nome próprio? Que leva os falantes de português ao uso frequente dos diminutivos? No fundo, as palavras também espelham as nossas vidas.