1. O primeiro-ministro português Luís Montenegro anunciou, por ocasião da abertura da Web Summit, em Lisboa, que Portugal vai lançar um LLM ("Large Language Model"), que receberá o nome de Amália, e terá o objetivo de colocar o país no centro da inovação e de proteger a língua portuguesa. O LLM designa-se, em português, «grande modelo de linguagem» e constitui um modelo de aprendizagem profunda ("deep learning"), que é capaz de realizar autoaprendizagem, após treino inicial, e é desenhado para absorver grandes quantidades de informação. Estes modelos são importantes porque têm a capacidade de realizar uma panóplia muito diversificada de tarefas, como responder a perguntas, resumir documentos, realizar traduções e escrever ou completar textos. Os LLM são usados em articulação com a Inteligência Artificial para produzir conteúdos com base em pedidos realizados por seres humanos, com possibilidades como as que ficam patentes tanto no GPT-3 como no GPT-4 ou no ChatGPT, todos desenvolvidos pela Open AI, que fazem uso de modelos de linguagem desta natureza. O primeiro-ministro considerou a decisão tomada um «passo crítico» para o ensino, para a administração pública e para as empresas, sendo esta uma área que pode ser crucial para a afirmação da língua portuguesa no contexto da posição cada vez mais estratégica da Inteligência Artificial.
Primeira imagem: criada pelo Ciberdúvidas da Língua Portuguesa usando inteligência artificial
2. Na Montra de Livros, divulgamos a obra Línguas e Culturas (Edições Paulinas, 2024), da autoria de Bonifácio Tchimboto, uma publicação onde o autor se dedica a questões relacionadas, num primeiro momento, com a etnolinguística e, numa segunda parte, com a literatura africana.
3. No Consultório, atualizamos as respostas a dúvidas relacionadas com os seguintes tópicos: a expressão do grau por processos morfológicos e sintáticos, a sintaxe do verbo gastar e a regência do nome reconhecimento. Incluímos também duas respostas dedicada à análise oracional, incidindo em áreas que oferecem dúvidas aos consulentes como a subordinação completiva de nome ou o valor de uma oração gerundiva. Por fim, analisa-se a possibilidade de presença de dêixis pessoal numa frase, identifica-se o género do nome de um programa informático e apresenta-se um parecer sobre a correção das estruturas «na soleira» e «à soleira».
4. O valor da locução «a par com» e a sua relação de equivalência com a locução «a par de» está no centro do apontamento da professora Carla Marques para a rubrica Dúvida da semana, divulgada no programa Páginas de Português, na Antena 2.
5. A questão do preconceito linguístico e das suas consequências no desempenho escolar e na afirmação profissional e social dão matéria ao artigo de Ricardo Cavaliere, cuja segunda parte se divulga, e onde o autor põe em evidência as atitudes que urge adotar para combater os preconceitos fundados na forma como determinados grupos sociais usam a língua (texto partilhado com a devida vénia).
6. Entre os eventos de interesse, divulga-se a apresentação da professora brasileira Fatiha Dechicha Parahyba, intitulada A escrita do gênero projeto de pesquisa: reflexões sobre a apropriação e a mobilização dos saberes, que ocorra no EMDA 23, no dia 28 de novembro de 2024, entre as 14h30 e as 16h00* (formato a distância, disponível nesta ligação).
*hora de Portugal continental
1. Entre as expetativas criadas (ou goradas) pela COP 2029 que decorre em Bacu, a capital do Azerbaijão (ver "COP29: glossário daquilo de que se fala na cimeira"( Público, 11/11/2024) e as reações ao resultado das eleições nos EUA, não falta matéria internacional para os noticiários em Portugal. Os temas também abundam no plano nacional, destacando-se a crise no INEM (sigla de Instituto Nacional de Emergência Médica) e a Web Summit, encontro que se realizou em Lisboa, oferecendo ao primeiro-ministro português, Luís Montenegro, a oportunidade para anunciar o lançamento, em 2025, de um modelo de linguagem de Inteligência Artificial (IA) para o português. E em muito do que se lê ou ouve detetam-se erros persistentes, pequenos ou grandes, que, difundidos na comunicação social, configuram aquilo a que ainda se chama «linguagem viciosa» na gramática prescritiva. Este é, portanto, o mote de um apontamento incluído no Pelourinho, no qual a autora, a linguista Carmen Gouveia, reúne e corrige alguns dos modismos e maus usos recorrentes nos canais de televisão em Portugal.
À volta de erros viciosos, sugere-se a consulta de outros conteúdos em arquivo: "Vícios de linguagem", "Vícios de linguagem... mediática", "Pronto, 'prontos' e 'prontes'", "O modismo expectável", "Fazer – um verbo a fazer as vezes de", "Pleonasmo", "Pleonasmos viciosos".
2. Uma canção recente, Imperial é fino, interpretada por Ana Bacalhau e Claúdia Pascoal e escrita por Capicua, leva a consultora Inês Gama a refletir sobre a variação regional do português europeu, a qual gera, por vezes, uma competição linguística saudável entre alfacinhas (lisboetas) e tripeiros (portuenses).
3. Na rubrica Montra de Livros, apresenta-se A arte de gostar de ler (Livros Horizonte, 2024), um livro de Carlos Nuno Granja, com o objetivo de transformar o ato de ler numa experiência de prazer e crescimento.
4. Acerca do seu estilo de escrita, pode dizer-se que um texto é esquálido? A resposta faz parte do conjunto de sete que atualizam o Consultório e abrangem igualmente outros tópicos: a substantivação do verbo olhar; a repetição da preposição de em «saco de farelo de milho»; a sintaxe de «licenciado por...»; a formação do nome litrada; a oração de gerúndio em «ouviu José falando»; e o adjetivo último.
5. Quanto aos novos projetos do Ciberdúvidas, em Ciberdúvidas Vai às Escolas, a professora Carla Marques explica o que são os deíticos, enquanto a locução «por que», tal como se escreve e usa o Brasil, é comentada pelo gramático Fernando Pestana.
6. Outros registos relacionados com a promoção científica e cultural da língua portuguesa:
– a chamada de trabalhos para o 6.ª Congresso Internacional de Neologia em Língua Românicas (CINEO 2025), que tem lugar de 7 a 9 de julho de 2025 na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra;
– enquadrada nas comemorações dos 500 anos do nascimento de Camões e por iniciativa da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, a estreia da cópia digital restaurada do filme Camões (1946), de Leitão de Barros (1896-1967).
7. Entre os programas que, na rádio pública de Portugal, versam sobre temas da língua, salientam-se:
– Em Língua de Todos, difundido pela RDP África, na sexta-feira, 15/11/2024, às 13h20* (repetido no dia seguinte, c. 09h05*), entrevista-se Sónia Reis (Universidade do Algarve) sobre a Inteligência Artificial e a criação e classificação automática de corpus de narrativas a partir de provérbios para o ensino de Português Língua Estrangeira;
– Em Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, no domingo, 17/11/2024, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, 23/11/2024, às 15h30*), João Pedro Aido, presidente da Associação de Professores de Português (APP), fala a respeito do declínio dos resultados das provas de aferição de Português. Ainda o apontamento gramatical de Carla Marques, esta semana sobre o uso correto de locuções.
Mencione-se ainda o programa Palavras Cruzadas, realizado por Dalila Carvalho e transmitido na Antena 2, de segunda a sexta-feira, às 09h50* e às 18h50*.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. O português foi levado para o Brasil nos inícios do século XVI. Aí contactou com as línguas das populações indígenas, com as línguas africanas trazidas pelos escravos e ainda com as línguas dos povos que, sobretudo a partir dos meados do século XIX, emigraram para o Brasil. Tendo sofrido um processo evolutivo próprio, o português do Brasil apresenta atualmente características gramaticais que o distinguem do português falado na Europa, um facto que periodicamente alimenta posições "separatistas" que advogam que estamos já perante duas línguas autónomas e não perante duas variedades da mesma língua. Esta perspetiva foi recentemente defendida pelo linguista Fernando Venâncio, que sustentou que a evolução linguística ocorrerá no sentido do afastamento gradual dos dois idiomas, uma visão que gerou uma grande controvérsia. Entre os que assumem uma posição discordante encontra-se o gramático brasileiro Fernando Pestana, que, no seu apontamento intitulado «Não é de hoje...», sustenta que o fenómeno da emigração aproxima o povo português e o brasileiro e mantém o idioma unido na sua diversidade (partilhado, com a devida vénia, na rubrica Controvérsias). A questão da diversidade é também pertinente quando se considera o próprio português do Brasil, que, no seu interior, evidencia diferenças muito acentuadas em particular na oralidade e em planos mais específicos como o léxico ou a sintaxe. Este fenómeno coloca questões muito complexas quando se observa que ele pode funcionar como um fator de segregação social, sendo uma barreira ao sucesso escolar. É neste plano que, segundo o professor universitário brasileiro Ricardo Cavaliere, a questão da norma e do seu ensino se pode tornar muito relevante, pois, como afirma, «praticamente todo o processo educacional do indivíduo se faz pela linguagem, seja em língua oral ou escrita. A capacidade de atuar como sujeito agente e sujeito receptor dos padrões de língua oral e escrita revela-se, pois, indispensável para uma completa formação educacional. Com efeito, leitores incipientes têm maiores chances de insucesso na vida profissional em face da incapacidade de enriquecer o conhecimento das coisas e do mundo pela autoinstrução.» (partilhamos, com a devida vénia, a primeira parte do artigo).
No acervo do Ciberdúvidas estão disponíveis muitos textos sobre questões linguísticas relacionadas com esta temática. Entre eles destacamos: «Brasil, Portugal e esta língua que nos (des)une»; «E o Brasil criou uma língua. Também é português»; «É prunúncia purtuguesa, ó pá!»; «Por que é melhor não tratar ninguém por “você” em Portugal»; «Eu digo “Brasiu’, ele diz ‘Purtugal’»; «Bilinguismo luso-brasileiro»; «Sobre o português do Brasil».
Primeira imagem: criada com inteligência artificial.
2. A significação da palavra obsoleto dá matéria ao apontamento da consultora Inês Gama, no qual aborda também as relações de sinonímia e de antonímia que estabelece com outros termos (divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2).
3. Na atualização do Consultório, partilhamos um conjunto de respostas relacionadas com temas lexicais, desde a significação de palavras e expressões, à sua forma correta ou grafia, passando pela sua classificação: «O verbo repercutir»; «A expressão «estar a fim de (algo/alguém)»»; «O gentílico de San Diego (EUA)»; «O substantivo míni»; «Nome comum coletivo: nação». Incluímos, ainda, um conjunto de questões de natureza sintática: «Complemento oblíquo: «passear pelo jardim»», «O verbo vestir»; «A conjunção que e ênclise pronominal». Por fim, trata-se um aspeto de pragmática relacionado com os atos ilocutórios: «Ato ilocutório diretivo indireto: «Agora é tempo de...»».
4. Entre os acontecimentos de interesse, destacamos:
– O Ciclo de debates na Biblioteca Nacional de Portugal, intitulado «Camões: entre a História e a Lenda», que, na quarta-feira, dia 13 de novembro, pelas 17h, contará com a presença de Carlos Bobone e Vanda Anastácio;
– A atribuição do Prémio Jabuti à escritora brasileira Marina Colasanti, considerada a Personalidade Literária da 66.ª edição.
1. A atualidade anda marcada pelo resultado das eleições norte-americanas, que se realizaram em 5 de novembro e das quais Donald Trump saiu incontestavelmente vencedor. O acontecimento justifica mencionar o prefixo super-, que associado a vitória, permite formar supervitória. Recorde-se que super- é hoje muito produtivo na formação de superlativos como superinteligente e super-rápido; pode também tornar-se palavra autónoma e ser categorizado como nome, dando, por exemplo, súper, forma curta de supermercado. Sobre o prefixo super-, cabe frisar que nunca se escreve com acento gráfico, nem mesmo quando hifenizado, como acontece com o caso de super-homem, vocábulo que tanto evoca heróis de banda desenhada como ideias controversas. A grafia do prefixo super- é precisamente o tema de uma das oito respostas que atualizam o Consultório e abrangem ainda outros tópicos: os topónimos Cagliari e Sande (com Sendim); a transitividade de ligar; o uso de imaginar com predicativos e a possibilidade de um grupo preposicional ser predicativo do sujeito; o adjetivo simpático referido a coisas e lugares; e o funcionamento de conforme e consoante como conjunções.
Na imagem, O viajante sobre um mar de névoa (c. 1817, Hamburger Kunsthalle), conhecido quadro do pintor alemão Caspar David Friedrich (1774-1840). Ver também João Gomes da Silva, "O viajante", Jornal Arquitetos, 2007, pp. 32/33.
2. Na Montra de Livros, apresenta-se o segundo volume da obra As cores de Abril, com o subtítulo Abril, o sonho em construção, o qual reúne, tal como o primeiro volume, um conjunto de artigos sobre a revolução de 25 de Abril de 1974 e no âmbito das comemorações dos 50 anos deste acontecimento.
3. Em Lisboa, o turismo dá azo ao cúmulo de, na restauração, a língua que se lê, fala e ouve é o inglês, e não o idioma nacional. No Pelourinho, transcreve-se parcialmente, com a devida vénia, um trabalho da jornalista Fernanda Câncio (Diário de Notícias, 03/11/2024) acerca dos excessos anglófonos na vivência da capital portuguesa.
4. Qual será a melhor maneira de aprender português em Lisboa? Apesar da vaga anglicista, as tradicionais pastelarias, onde se servem cafés, galões e pastéis de nata, são ainda lugares da aprendizagem ao vivo da língua mais genuína. É o que se conclui em O Nosso Idioma, com uma bem-humorada crónica da jornalista arménia Raya Khachatryan, desde 2022 a residir em Lisboa, sem perder a paciência com as idiossincrasias alfacinhas no uso da língua.
5. Os projetos do Ciberdúvidas continuam com novos episódios. Em Ciberdúvidas Responde (episódio 8), fala-se do adjetivo somativo, e em Ciberdúvidas Vai às Escolas, uma aluna do Agrupamento de Escolas de Nelas (Viseu) pergunta: porque não é formado por parassíntese o advérbio infelizmente?
6. Nas Notícias, dá-se conta de atribuição, em 05/11/2024, do Prémio Sonae Educação 2024 à Ciberescola, projeto da Associação Aprendo Português, e da realização do encontro Leitura: prazer ou obrigação?, promovido pelo Plano Nacional de Leitura e realizado em 08/11/2024 na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
7. Outros registos com incidência no debate, estudo e ensino da língua portuguesa:
– as Conferências da Academia às Quintas-feiras, uma iniciativa da Academia Angolana de Letras (programa de novembro aqui);
– o artigo de opinião "O português como política pública", de José Luís Landeira, que o assinou no Público Brasil;(03/11/2024);
– o 1.ª Encontro Internacional sobre Lexicografia, Lexicologia e Terminologia em Angola, que decorre em Luanda, de 13 a 15/11/2024 (informação aqui);
– O Encontro Lexicográfico entre Academias – Academia das Ciências de Lisboa/ Academia Brasileira de Letras, que se realiza em 13/11/2024, às 15h00 na Academia das Ciências de Lisboa (regime híbrido);
– o inquérito que a Associação de Professores de Português está a levar a cabo, para revisão dos documentos das Aprendizagens Essenciais, em vigor nos ensinos básico e secundário de Portugal (mais informação aqui).
8. Temas de três dos programas que a rádio pública portuguesa dedica a temas do português:
– O impacto de um ensino intercultural comunicativo na aprendizagem do género gramatical nominal em português por imigrantes adultos é o tema da conversa com Bruno Costa em Língua de Todos, difundido pela RDP África, na sexta-feira, 8/11/2024, às 13h20* (repetido no dia seguinte, c. 09h05*);
– Em Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, no domingo, 10/11/2024, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, 16/11/2024, às 15h30*), entrevista-se a coordenadora da Ciberescola, Ana Sousa Martins, sobre a atribuição do Prémio Sonae Educação 2024 a este projeto. Transmite-se ainda uma conversa com a professora Sónia Reis (Universidade do Algarve) acerca da Inteligência Artificial no ensino de línguas, nomeadamente, do português. Ainda o apontamento gramatical de Inês Gama, assistente editorial do Ciberdúvidas, sobre a sinonímia do termo obsoleto;
– Igualmente na Antena 2, mencione-se ainda Palavras Cruzadas, programa realizado por Dalila Carvalho, de segunda a sexta, às 09h50* e às 18h50*.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. As eleições para a presidência dos Estados Unidos decorrem presencialmente ao longo do dia 5 de novembro. Pela importância que assume, este ato eleitoral deixa o mundo em suspenso, uma vez que o seu resultado poderá ser determinante para várias situações internacionais, como a guerra na Ucrânia ou o conflito israelo-palestino. Independentemente do seu desfecho, toda a campanha eleitoral já fez história em vários planos, tendo sido considerada, por diversos especialistas na área, como aquela que evidenciou a maior polarização de sempre. O termo polarização (do latim polus, i, via grego πóλος, que significa «ponto de apoio, eixo (do mundo), cúpula celeste, estrela polar, norte») é entendido como descrevendo o resultado de uma interação entre dois polos, neste caso, do plano político. Encontramo-nos perante um fenómeno que se ficou a dever sobretudo à apresentação progressiva de ideias muito distantes e, por vezes, completamente opostas por parte dos dois candidatos, que se foram afastando em áreas como a economia, a imigração ou o próprio contexto de guerra no mundo. A recente campanha política protagonizada por Donald Trump e Kamala Harris ficou ainda marcada por aquilo que foi já descrito como a normalização do insulto. O substantivo normalização (do latim normālis, com o significado de «feito com esquadro, normal») descreve o processo ou o resultado de normalizar, ou seja, da ação desenvolvida de forma a que uma dada situação se enquadre no que é considerado habitual, padronizado. Neste caso, o objeto de normalização foram os insultos, uma área lexical que habitualmente não integra o discurso político, pela descortesia que convoca. No entanto, no caso das presentes eleições, o tom crescente da retórica da agressividade levou a que os insultos fossem surgindo, com particular acuidade nos discursos de Trump, que, por exemplo, considerou a sua opositora «burra que nem um calhau» e apodou Joe Biden de «sacana estúpido». Também este último, ainda Presidente dos Estados Unidos, referiu-se aos apoiantes do candidato republicano como «lixo». Tanto os insultos como as palavras grosseiras costumam estar abrangidos pelo tabu linguístico, o que leva a que, em determinados contextos sociais, exista um acordo tácito que leva a que certos termos não sejam mobilizados no discurso por serem considerados inconvenientes por alguma razão de ordem moral ou religiosa. Com Trump, estes limites foram quebrados e a injúria passou a ser sentida como normal, o que, na ótica de muitos, significa um aviltamento da retórica política. Uma opção discursiva que, gradualmente, tem vindo a ganhar seguidores um pouco por todo o mundo.
2. No Consultório ficam disponíveis as respostas às seguintes questões: «Cultura e solidário são palavras simples ou complexas?», «Qual a diferença entre conjunções correlativas e advérbios conectivos?», «O advérbio ali pode ser deítico e anafórico?», «Como distinguir orações adjetivas relativas de orações completivas?», «Os advérbios não e apenas podem surgir na mesma frase?», «Devemos usar a forma chamo-me ou chamam-me?», «Qual a diferença entre montanha e serra?» e «É correta a construção «comprar de alguém»?».
3. A Universidade de Aveiro lançou uma publicação intitulada Abril, o florir dos cravos, com o objetivo de manter viva a memória do 25 de Abril. Apresentamos na Montra de Livros o primeiro volume da publicação, composto por «artigos que abordam o fim da censura e a conquista da liberdade através de análises daquilo que era dito pela imprensa nacional e internacional sobre as consequências da revolução».
4. O uso da expressão «barrela de perguntas», que se revela inadequada face ao contexto de utilização, motiva o apontamento do consultor Paulo J.S. Barata para o Pelourinho, onde esclarece que a expressão a usar deveria ter sido, eventualmente, «barragem de perguntas». Ainda na mesma rubrica incluímos uma nota da consultora Sara Mourato sobre a construção «entrar num contentor de lixo».
5. Com base na frase «inocentou-se aquele réu», a professora Carla Marques explica as diferenças entre a passiva sintática e a passiva de -se, no seu apontamento para a dúvida da semana (divulgado no programa Páginas de Português, na Antena 2).
1. As eleições nos Estados Unidos têm lugar no dia 5 de novembro, embora já se encontre a decorrer o período de votação antecipada. Enquanto o mundo está em suspenso aguardando o resultado do sufrágio norte-americano, as ações de campanha vão intensificando o tom com acusações muito graves de ambos os lados.As palavras são, neste contexto, muito poderosas: erguem-se em promessas de um mundo melhor, convertem-se em armas apontadas aos maiores problemas, assinalam os culpados e mostram inimigos a abater.A força retórica do discurso tem sido trabalhada desde a Antiguidade e foi mesmo, durante um longo período de tempo, considerada disciplina fundamental na formação académica porque era tida como um atributo fundamental de qualquer orador. No século XXI, sobretudo por mão dos políticos e dos seus discursos inflamados, continuamos a presenciar a força incrível das palavras que conseguem transformar um cenário normal num profundo negrume ou dourar futuros antecipados. Entre os recursos retóricos mais mobilizados no discurso político, encontramos a metáfora, uma construção conceptual que tem a capacidade de criar cenários no âmbito dos quais famílias de metáforas florescem, sendo colocadas ao serviço das intenções do locutor. Este fenómeno observa-se com toda a clareza no discurso que Donald Trump proferiu em Nova Iorque no domingo, dia 27 de outubro. Aí a metáfora foi colocada ao serviço do desenho de um contexto de guerra que exige medidas extremas, como a Lei Marcial. A professora Carla Marques analisou a construção destas metáforas no seu apontamento intitulado «Convocar a metáfora para ganhar eleições», onde incide sobre o uso da metáfora da guerra no discurso do candidato e nos efeitos que este procura atingir.
2. No Consultório, uma das questões chegadas pretende saber se a palavra segundo pode ser usada como conjunção subordinativa. A resposta apresentada abre as atualizações de hoje. A ela juntam-se oito novas respostas que poderão ser consultadas aqui: «O verbo produtizar»; «Perífrase e locução verbal»; «Modificador: «cortou a meta em primeiro lugar»»; ««Nascido e crescido», «nado e criado»»; «A expressão «conflito de interesses»»; «O que exclamativo + adjetivo»; ««Quer sentar-se» e «quer sentar»» e «Falda e fralda».
3. A propósito das novas rubricas do Ciberdúvidas, recordamos a participação dos professores Carlos Rocha e Carla Marques no programa Páginas de Português, na Antena 2, onde apresentaram os novos projetos e os seus objetivos. As rubricas Ciberdúvidas responde e Ciberdúvidas vai às escolas podem ser acompanhadas no Portal do Ciberdúvidas ou nas redes sociais associadas (Facebook, Youtube, Instagram e TikTok).
4. O uso incorreto do adjetivo caloroso na construção «receção calorosa» com o valor de «hostil; violento» motiva a reflexão do consultor Paulo J. S. Barata, que procura determinar a genealogia do erro neste apontamento disponível na rubrica Pelourinho.
5. O consultor Fernando Pestana reflete sobre as fontes onde a língua deverá encontrar os seus melhores modelos: na literatura ou nos usos quotidianos? A sua visão deste assunto encontra-se explanada no artigo «A dimensão deôntica da linguagem».
6. Na Montra de Livros, apresenta-se a mais recente obra de Onésimo Teotónio de Almeida: Diálogos lusitanos (Quetzal editores). Nela o autor trata «aspetos e figuras da vida literária portuguesa, sobretudo da segunda metade do século XX, até à atualidade norte-americana, centrada principalmente no trumpismo».
7. A concordância do nome gente com a forma verbal que acompanha levanta muitas vezes dúvidas aos falantes. Embora se trate de uma expressão de uso coloquial, há regras que determinam a correção das construções em que ocorre, como nos explica a consultora Inês Gama no seu apontamento (divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2).
8. Devido ao feriado de 1 de novembro, a próxima atualização fica agendada para dia 5 de novembro.
1. São já lugar-comum os relatos de equívocos gerados na comunicação entre falantes de português e espanhol. Na perspetiva da língua portuguesa, caindo na ingenuidade de julgar que o parentesco linguístico torna tudo mais fácil, emprega-se, por exemplo, espantoso como elogio – «Madrid é espantosa!» – e ofendem-se certamente os madrilenos, porque o espanhol espantoso pode querer dizer «horrível» e «muito feio». A este caso de «falsos amigos», somam-se muitos outros, como salienta a consultora Inês Gama num apontamento incluído em O Nosso Idioma.
Ver também "O portunhol e os 'falsos amigos' luso-espanhóis". Sobre outros «falsos amigos», por exemplo, os do inglês, com consequências nefastas, ler: “'Falsos amigos': frase e o inglês 'phrase'”, "Coisas da língua", "A tradução de populate", "Efetivamente eficaz e os falsos amigos do inglês" e "Aperceber-se/entender – e não 'realizar'". Crédito da imagem: Gerd Altmann, Pixabay (25/10/2024).
2. Ainda na rubrica O Nosso idioma, dá-se conta de mais um tipo de fraude informática, o quishing, palavra anglo-saxónica que a consultora Sara Mourato comenta, avaliando o seu uso em português e interrogando os limites da pressão terminológica do inglês.
3. Se a concordância verbal com a locução «a gente», de valor equivalente ao do pronome nós, é feita na 3.ª pessoa do singular, então porque o possessivo correspondente é nosso, e não seu? A resposta faz parte da atualização do Consultório, que neste dia conta com um total de oito respostas. Os esclarecimentos distribuem-se por tópicos relativos aos empréstimos (ou palavras importadas), aos nomes próprios, à concordância, à regência nominal, às orações comparativas, aos plural em nomes de unidades de medida e à indeterminação do sujeito numa frase.
4. Prossegue a atualização de conteúdos nas rubricas que o Ciberdúvidas desenvolve nas redes sociais. Assim:
– no episódio 6 de Ciberdúvidas Responde, a consultora Sara Mourato dá indicações para não confundir os usos de «dá-o» e «dá-lo»
– e no episódio 3 de Ciberdúvidas Vai às Escolas, a professora Carla Marques esclarece o que é uma metáfora, com exemplos e pistas para a sua identificação.
Recorde-se ainda que o desafio "Dúvida da Semana" continua ativo, às segundas e às terças no Facebook.
5. Registe-se, em contexto brasileiro, uma corrente das redes sociais, ou, usando o modismo anglicista, trend, que tem viralizado certas gralhas e erros cómicos. É o assunto de duas peças de publicações do grupo Globo, o G1 (22/10/2024) e o GE (23/10/2024), nas quais se recolhem dois exemplos com o seu quê de inesperado: "foge da minha ossada" (correto: «foge da minha alçada») e "medilcre" (correto: medíocre).
6. Quanto aos temas de três dos programas que a rádio pública de Portugal dedica à língua portuguesa:
– Em Língua de Todos, difundido na RDP África, na sexta-feira, 25/10/2024 às 13h20* (repetido no dia seguinte, c. 09h05*), Fátima Mendonça, professora jubilada da Universidade Eduardo Mondlane, aborda os ecos de Camões nos poetas africanos de língua portuguesa.
– Em Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, no domingo, 27/10/2024, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, 02/11/2024, às 15h30*), os professores Carla Marques e Carlos Rocha apresentam os novos projetos associados à atividade do portal Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e discutem o papel deste portal na manutenção de um equilíbrio entre a preservação da norma e a aceitação das mudanças linguísticas. O programa inclui ainda um esclarecimento da consultora Inês Gama acerca da seguinte questão: pode dizer-se «a gente iremos explicar», ou só «a gente irá explicar» é frase correta?
– Igualmente na Antena 2, mencione-se ainda Palavras Cruzadas, programa realizado por Dalila Carvalho, de segunda a sexta, às 09h50* e às 18h50*.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. Os provérbios têm uma presença muito frequente nos usos dos falantes. São estruturas enraizadas nos processos de comunicação oral que veiculam ensinamentos relacionados com conhecimentos sobre a vida, os quais estão relacionados não só com saberes e experiências comuns ou com o folclore como também com pensamentos filosóficos ou com manifestações artísticas diversas. Os provérbios são normalmente uma criação de autor anónimo que vai sendo transmitida por via oral de geração em geração, o que se processa com naturalidade porque estes são agradáveis ao ouvido e fáceis de memorizar e de repetir. Alguns têm origem mais precisa, pois advêm de fontes bíblicas, foram criados por grandes pensadores ou por poetas, mas também foram recuparados de publicicidades ou de músicas. Com o seu forte pendor argumentativo, são ideais para enfatizar formas de comportamento preferenciais e assinalar atitudes ou opções erradas. Servem, muitas vezes, para descrever situações típicas ou perfis que se associam a um processo de generalização. Sobre o provérbio «Burro velho não toma andadura», a rubrica O Nosso Idioma inclui um apontamento da professora Carla Marques.
2. No Consultório, fala-se da função sintática de todo numa frase e da diferença entre modificador do nome e complemento do nome. Entre as nove questóes da presente atualização também se salienta esta outra: é possível empregar regionalismos num texto formal?
3. «Um terço dos mais jovens não sabe falar galego. Onde está a sua "liberdade de escolha"?» – interroga-se Xosé-Henrique Costas, linguista e professor da Universidade de Vigo acerca dos dados alarmantes de um inquérito do Instituto Galego de Estatística (IGE), os quais revelam a descida preocupante do número de falantes de galego, principalmente entre os jovens. Na rubrica Controvérsias, transcreve-se com a devida vénia o original galego e apresenta-se uma versão em português do artigo de opinião que este linguista galego assinou 11/10/2024 no Diário Nós.
1. No plano internacional, aos conflitos armados acresce a tensão decorrente da questão de Taiwan e avoluma-se a expetativa quanto às eleições presidenciais nos EUA, que se avizinham. Em Portugal, a situação será comparativamente pacífica, mas as negociações para a votação do Orçamento do Estado 2025 na Assembleia da República motivam declarações políticas nada idílicas; e a escolha do novo presidente da República em 2026 já vai dando que fazer e falar. Por exemplo, no Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer (12/10/2024), em comentário à declaração favorável do primeiro-ministro português à candidatura do político e comentador Marques Mendes, ouviu-se em tom irónico a forma «endorsado», a qual pressupõe "endorsar" e "endorsamento". São formas que adaptam livremente as palavras inglesas to endorse e endorsement, atualmente recorrentes nos media norte-americanos, para denotar o apoio de uma figura pública a um político (ou a um produto) e que podem bem traduzir-se pelas perífrases vernáculas «tomar partido» ou «declarar apoio» (cf. "Taylor Swift declara apoio a Kamala Harris, Sábado, 11/09/2024). Independentemente da intenção jocosa associada a "endorsado", será este um aportuguesamento viável? A esta e outras questões dedica a consultora Sara Mourato um apontamento disponível em O Nosso Idioma.
2. Segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, nunca se venderam tantos livros em Portugal e os principais compradores são gente nova. Trata-se, contudo, de leituras completamente fora do cânone literário clássico. Na rubrica Literatura, a consultora Inês Gama discorre sobre os hábitos de leitura dos jovens e a sua relação com os grandes clássicos.
3. Diz-se «do mesmo jeito que...» ou «mesmo jeito como...»? E o uso desta expressão é típico de que país de língua portuguesa? Com esta, são oito as respostas que atualizam o Consultório e que dão esclarecimentos a respeito de outros tópicos: o significado das expressões «o Roque e a amiga» e «em razão disso»; a etimologia do verbo esparralhar; o uso do conjuntivo numa relativa sem antecedente; a sintaxe do verbo apontar; e o plural associado a «um ou mais...».
4. Em Ciberdúvidas Responde, um novo vídeo trata da colocação do pronome pessoal átono que acompanha um infinitivo. Sobre o uso mais correto, pergunta-se: diz-se «obrigado por informar-me» ou «obrigado por me informar»?
5. O projeto Ciberdúvidas Vai às Escolas divulga um novo vídeo, acerca da identificação do predicativo do sujeito numa frase. A pergunta vem do Agrupamento de Escolas de Nelas, cuja participação muito se agradece.
6. Nas Notícias, dá-se conta do falecimento do jornalista Emídio Fernando (1965-2024), numa nota assinada pela jornalista Paula Torres de Carvalho.
7. Registos da atualidade:
– Na Galiza, os dados de um inquérito do Instituto Galego de Estatística (IGE) revelam a descida preocupante do número de falantes de galego, principalmente entre os jovens. Há fortes reações dos setores afetos à promoção do galego, que acusam o governo autonómico, a Xunta, de não saber ou não querer contrariar esta tendência (cf. Diário Nós, 11/10/2024).
– A publicação de uma reflexão Associação de Professores de Português (APP) a respeito do perfil do docente de Português Língua Não Materna (PLNM).
– A comemoração do centenário de António Ramos Rosa, nascido em Faro em 17 de outubro de 1924 e falecido em Lisboa em 2013. Na Antologia, disponibilizam-se dois poemas deste poeta português: "Coágulo do tempo" e "A palavra".
8. Quanto aos temas de três dos programas que a rádio pública de Portugal dedica à língua portuguesa, salientam-se:
– Em Língua de Todos, difundido na RDP África, na sexta-feira, 18/10/2024 às 13h20* (repetido no dia seguinte, c. 09h05*), entrevista-se a escritora luso-moçambicana Fernanda Melo Alves sobre o seu romance recentemente editado À Procura dos Rinocerontes Perdidos;
– Em Páginas de Português, programa transmitido pela Antena 2, no domingo, 20/10/2024, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, 26/10/2024, às 15h30*), apresenta-se uma conversa com a professora Helena Rebelo (Universidade da Madeira) sobre o património linguístico deste arquipélago, nomeadamente os múltiplos hipónimos da palavra pão. Ainda o apontamento gramatical da autoria da professora Carla Marques;
– Menciona-se ainda Palavras Cruzadas, programa realizado por Dalila Carvalho e igualmente transmitido na Antena 2, de segunda a sexta, às 09h50* e às 18h50*.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. Em Portugal, a tensão política em torno do Orçamento do Estado para 2025 tem fornecido matéria de relevo à comunicação social, que se tem esforçado por descrever todas as movimentações dos líderes políticos e todas as suas reações. Uma das mais recentes notícias vindas a público descreve a forma como o secretário-geral do PS [Partido Socialista], Pedro Nuno Santos, lidou com os comentadores políticos afetos ao seu partido: «Pedro Nuno afasta-se do Orçamento e zurze comentadores do PS que defendem viabilização» (jornal Público). Este título faz uso de um verbo pouco frequente nas interações quotidianas: zurzir. Os seus significados têm uma grande amplitude que vai do domínio físico («golpear com chibata») ao foro psicológico («causar dor ou sofrimento; maltratar; magoar»). No caso da situação descrita no título, o sentido não será tão violento, pois a intenção da jornalista passará por referir a atitude de «repreender com severidade» (Infopédia). Curiosamente, o verbo zurzir tem a mesma etimologia do verbo cerzir, derivando ambos do verbo sarcīre («remendar, coser vestidos, reparar, consertar»). O verbo cerzir derivou da forma latina por via do latim vulgar, tendo durante um período de tempo coexistido com a forma serzir, que acabou por desaparecer, e manteve significados próximos do verbo original. Por seu turno, a forma zurzir, que se revela mais distante da sua origem etimológica, terá entrado no português por via do castelhano zurcir. A sua evolução semântica é também curiosa uma vez que perdeu os sentidos ligados ao ato de costurar e evoluiu para a descrição de ações que infligem algum tipo de dor no outro.
2. A expressão «muita água pode correr debaixo da ponte» admite muitas variantes: «por baixo da ponte», «por debaixo da ponte» ou «sob a ponte». Todavia, na rubrica Pelourinho, assinala-se o uso inesperado da expressão «abaixo da ponte» que é incompatível com o que se pretende afirmar, tal como é explicado pelo consultor Carlos Rocha.
3. A questão das classificações textuais pode ser efetuada de acordo com diferentes óticas e no contexto de diferentes quadros conceptuais. Por esta razão, um mesmo texto pode admitir diferentes classificações que o integram em diferentes tipologias textuais. Este é o caso do Sermão de Santo António, da autoria de Padre António Vieira, o qual poderá ser considerado tanto um sermão, como um texto argumentativo ou ainda uma alegoria, como se explica nesta resposta que integra a atualização do Consultório. Damos destaque também a duas respostas que se centram em textos clássicos: uma dificuldade de tradução num passo de Odisseia; a identificação de um recurso expressivo em O Sentimento dum Ocidental, de Cesário Verde. Poderão ainda ser consultadas respostas que tratam questões relacionadas com as preposições em e de usadas com o nome qualificações e com a locução prepositiva «mais de». Ainda respostas relacionadas com o uso do adjetivo senil, a vírgula antes do advérbio não duplicado, o uso de maiúsculas em nomes de cargos e a regência do verbo trazer.
4. A identificação da sílaba tónica da palavra mãezinha é o tema do apontamento da professora Carla Marques, no qual também se aborda a função do til numa palavra e a sua relação com a identificação da sílaba tónica (apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2).
5. Damos destaque na atualização aos seguintes acontecimentos:
– O lançamento do Dicionário Fonético do Português Europeu, de João Veloso, Ana Isabel Fernandes e Fátima Silva (Inovação Educativa – Reitoria da Universidade do Porto), uma publicação disponível em linha que trata, de forma visual e muito esclarecedora, questões relacionadas com a anatomia, os sons vocálicos e os sons consonânticos.
– A atribuição à escritora e jornalista Maria Teresa Horta do Prémio Rodrigues Sampaio, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, um galardão atribuído pela primeira vez a uma mulher.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações