Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Obindinachukwu Desiré Yema Estudante de Matemática São Paulo, Brasil 93

Entro em contato para sanar uma dúvida que me acompanha há algum tempo. Trata-se da locução «com que».

A construção completa é a seguinte:

«Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara, contendo as lições de um quase nada daquela língua que ele aprendera quando seminarista.» (Extraído do prefácio da tradução de Irineu Bicudo de Os Elementos de Euclides.)

Para a análise, apenas a primeira oração é importante:

«Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara.»

Minha pergunta é: o que significa exatamente esse «com que» nesse contexto? Como parafrasear essa oração? Seria esse um caso de anástrofe – isto é, uma passagem de «Lembro que, com sentimento de encanto, folheava o caderno que um vizinho me emprestara» para «Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara»?

Tenho, porém, fortes dúvidas, porque em minhas pesquisas encontrei outro uso de «com que» que não parece decorrer de uma inversão:

«Mas, com que sentimento inesperado fui surpreendido pela visão quando cheguei diante dela! Uma impressão total e grandiosa preencheu a minha alma, impressão que eu certamente pude saborear e desfrutar, mas não conhecer e esclarecer, porque consistia em milhares de particularidades harmoniosas entre si.”* (Excerto de Escritos sobre Arte, Johann Wolfgang Goethe, tradução de Marco Aurélio Werle, 2008, 2.ª edição.)

Caso seja possível, agradeço se puderem indicar referências sobre essa locução «com que» e seu funcionamento sintático.

Olivia Douro Estudante Portugal 82

Gostaria de saber por que razão vários dicionários em linha (v.g. Priberam, InfopédiaDicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa) e até o próprio Ciberdúvidas registam apenas um único significado para a palavra estadual (definindo-a como se referindo a algo relativo a Estado-membro de uma federação, e, por isso, diferente de estatal) quando a mesma palavra encontra uso em legislação portuguesa.

Uma pesquisa feita a partir do motor de busca no Diário da República em linha mostra que o seu uso mais antigo, pelo menos segundo o sítio, remonta a 1960, se bem que ela continua a ser usada, podendo ser mencionado, por exemplo, o conceito de «derrama estadual».

Qual a origem de estadual relativamente a estatal, e serão então as duas palavras sinónimas?

Agradeço desde já.

 

Paula Pereira Professora Lisboa, Portugal 270

Está correta a utilização da palavra "linque", em substituição do termo link?

Obrigada.

 

Adão Estanislau Aluno do ensino secundário Carcavelos, Portugal 78

 

Conceição Cardoso Professora Trancoso, Portugal 256

Qual o feminino de pica significando «fiscal de bilhetes nos transportes públicos»?

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória, Brasil 89

Na frase «Antes de e após isso ocorrer, você já deveria ter aprendido!», é obrigatório incluir o de logo após o antes?

Ou, pelo menos, recomendado?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Manuel Armindo Ribeiro Formador Vila Maior, Portugal 85

Desde há muito que me incutiram a não adotar o estrangeirismo e-mail ou email, e usar «correio eletrónico» na sua substituição. O mesmo para site, substituindo-o por «endereço eletrónico». Não sei se é uma abominação importada pela comunidade francófona, que é adversa a estrangeirismos de origem inglesa...

Mas também sei que a língua evolui e não sei até que ponto, nos dias que correm, já são aceites esses e este estrangeirismo na língua portuguesa: voicemail.

A pergunta é: voicemail ou «correio de voz»?

 

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 262

Na frase «Não se pretende vender um produto, mas sim promover uma ideia», perguntava-vos se, neste contexto, é obrigatório isolar o advérbio sim entre vírgulas.

Julgo que as podemos dispensar. Mesmo na oralidade, posso optar por não o realçar ou enfatizar. 

Obrigado

Caio Henrique Estudante Rio de Janeiro, Brasil 338

«Eu gostaria de ajudá-la.»

«Ele as incentivou a ajudarem-no.»

Na primeira frase , seria possível haver uma mesóclise? Ex.: «Eu gostá-lo-ia de ajudar.»

A pergunta surge porque eu o tinha como verbo auxiliar.

«c) vontade ou desejo: querer escrever, odiar escrever, desejar escrever, […]»

Porém, gostar aparentemente não é. Parece sensitivo, então, não?

Na segunda frase, gostaria de saber se o verbo incentivar possui as características de um verbo causativo.

A dúvida surge porque, conquanto – na minha linha de raciocínio – existam os elementos de um verbo causativo, há, aqui, uma preposição (diferente dos vários verbos causativos com os quais estou acostumado). 

Em minha cabeça não tão familiarizada com terminologias diferentes, neste caso, ou é um verbo auxiliar (a flexão do infinitivo estaria errada), ou é um verbo causativo (a flexão do infinitivo também estaria errada). Há um terceiro elemento que paira sobre mim, e eu não o vejo? 

Obrigado. 

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 87

Se a palavra eleição se referir a apenas dois candidatos, preciso colocar no plural eleições?

Quando se usa o singular e plural desta palavra?

Obrigado