Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 55

Sobre a frase «quantos lápis compraste em duas horas?», perguntava-vos se a palavra sublinhada não poderá ser, também, um determinante interrogativo.

Obrigado.

Ana Santos Estudante Porto, Portugal 54

Por que razão nas frases:

(1) «Qualquer sobremesa é uma boa escolha. São todas ótimas.»

(2) «Vi bastantes filmes neste fim de semana, mas poucos me cativaram.»

(3) «A minha avó ofereceu-me dois vestidos e eu gostei muito de ambos.»

as palavras qualquer, todas, bastantes, poucos, ambos são quantificadores universais (qualquer, todas e ambos) e existenciais (bastantes, poucos), quando os vocábulos todas, poucos e ambos não antecedem um nome de forma explícita?

E, neste caso, como se classificam quanto à classe e subclasse?

Obrigada pela atenção.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 51

Na frase «Ser amado e ser egoísta são coisas diferentes»:

1) Quantas orações há frase?

2) Os termos «ser amado e ser egoísta» são orações subordinadas substantivas subjetivas?

3) Caso sejam subjetivas, por que o verbo da oração principal está na terceira pessoa do plural são?

Obrigado.

Alexandre Badibanga Professor Luanda , Angola 42

Antes de apresentar a minha dúvida, gostava de felicitá-los pelo incrível trabalho que têm feito em prol da promoção da língua portuguesa, nossa língua comum! Cá vai a minha dúvida:

Gostava de saber em qual opção a regência está correcta:

a) «As actividades são propostas com vista NO desenvolvimento de competências…»

b) «As actividades são propostas com vista AO desenvolvimento de competências…»

Qual frase usar? Qual está correcta e porquê? Caso seja possível, por favor, indiquem-me autores que tratem da questão!

Muito obrigado!

 

[NE – Como o consulente se identifica como angolano, mantém-se a ortografia usada no original, a do Acordo Ortográfico de 1945.]

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo) , Brasil 67

Qual a diferença entre as palavras união e reunião?

Esse re- em reunião seria originalmente indicação de que aquele coletivo estava se unindo novamente?

Se assim for, pode explicar o motivo por que se usa o termo reunião desde a primeira vez?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Roberto Andrade Corne Junior Servidor Rio de Janeiro, Brasil 193

Li diversos textos sobre o assunto (inclusive um dos Senhores) e, com a leitura dos textos, fica claro que o entendimento é: neologismo é uma coisa, e estrangeirismo é outra.

Porém... bate uma dúvida cruel: quando aportuguesamos uma palavra, não estamos diante de um neologismo?

Não dá para entender xampu, que é da gente como estrangeirismo.

O gramático Fernando Pestana cita que alguns gramáticos consideram os estrangeirismos como neologismos:

«Além disso, muitos gramáticos entendem que os estrangeirismos são neologismos, uma vez que palavras novas (mesmo que estrangeiras) podem ser incorporadas à nossa língua.»

Entretanto eu nunca vi esses gramáticos! Na gramática do autor citado, ele também faz a distinção de um termo para outro e cita também que o estrangeirismo também pode ser adaptado, ou seja, ele parece ser contrário a minha "estranha" visão.

Obs.: Até a palavra estrangeira, quando passa a ser usada de maneira inédita pelos falantes de português, eu acho que pode ser uma espécie de neologismo.

Podem me ajudar? 

Maria Quintino Professora Lisboa, Portugal 185

Sei que o tema já foi aqui trazido, mas sem contextualização.

Tenho, infelizmente, passado algum tempo num determinado cemitério e tenho ficado intrigada com o facto de as lápides das campas e dos ossários dizerem todas «À memória de».

Contudo, nas placas colocadas nos ossários – em particular, mas não só –, existe a nítida intenção de recordar alguém e não, propriamente, a de homenagear ou dedicar o espaço / a placa a alguém.

Assim, no meu entender, a inscrição mais correta deveria ser «Em memória de» fulano tal, em vez de «À memória de...», mas não tenho encontrado nenhuma que corrobore o meu ponto de vista.

Será que estou enganada?

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 201

Sempre ouvi e li a expressão «da noite para o dia». No entanto, topei agora com um «do dia para a noite».

É também uma expressão correta? A outra é mais "consagrada", digamos assim?

Obrigado

Ricardo Freitas Lisboa, Portugal 160

Gostaria de saber se a palavra irresolubilidade existe. Aqui, enquanto «qualidade do que é irresolúvel».

Não encontro em dicionários, com exceção do dicionário online Priberam.

Na Internet, encontro entradas referentes a documentos de natureza académica.

Gostaria de ter a certeza que posso usar o termo.

Muito obrigado.

Amanda Soares Peregrino Revisora Recife, Brasil 240

Essa questão surgiu após um impasse que tive com um colega, também revisor de texto, a respeito do uso do verbo estar com pronomes acusativos como o, lo, no. Gostaria, portanto, de esclarecer alguns pontos e, se possível, obter exemplos de uso literário dessas construções.

Em frases copulativas, como:

«O aluno está cansado.»

«A porta está aberta.»

«Tu estás feliz?»

seria possível substituir o predicativo por um pronome acusativo, formando expressões como "O aluno está-o”, “A porta está-o” ou “Tu está-lo?”? Essas formas aparecem em algum registro literário, regional ou arcaico do português?

No português europeu, na locução estar + a + infinitivo, há diferença entre «Ele está-o a fazer» e «Ele está a fazê-lo»? Existe preferência normativa ou diferença de estilo entre as duas formas? Quando o pronome sobe para o auxiliar (estar), as adaptações fonéticas continuam válidas?

Por exemplo: estás + oestá-lo; estão + o estão-no.

Formas como «Tu está-lo a terminar» ou «Eles estão-no a construir» são aceitas?

No português do Brasil, com estar + gerúndio, qual das opções é mais adequada ou usual: «Ele o está fazendo», «Ele está fazendo-o» ou simplesmente «Ele está fazendo isso»?

Por fim, fora das locuções (estar a + infinitivo / estar + gerúndio), é possível empregar «Ele está-o» (sem verbo posterior) para retomar algo já mencionado, equivalente a «Ele está nisso»?

Agradeço desde já pela atenção e, se possível, gostaria de exemplos de uso literário (clássico ou moderno) dessas construções, caso existam.