Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Amanda Marques Tradutora São Paulo, Brasil 58

Procuro uma forma antiga portuguesa (medieval ou renascentista) para traduzir o francês arcaico ris (riso).

Há registros além de riso? Alguma variante ou termo em desuso com esse sentido?

Obrigada.

Misael Abreu Professor Simão Dias (SE) , Brasil 175

Gostaria de saber qual é a classe gramatical e a função sintática da palavra horrores na seguinte frase:

«Caminhamos horrores.»

Apenas para esclarecer o sentido, vejo a frase sendo usada para indicar que se caminhou muito, bastante, em demasia. 

Agradeço todos os esclarecimentos que puderem me oferecer.

 

João Martins Funcionário público Coimbra, Portugal 174

Ao longo dos séculos, a ortografia nas diversas edições de Os Lusíadas evoluiu.

Por exemplo, “Occidental praya” passou a ser «Ocidental praia»,” “Daquelles reis” passou a «Daqueles reis», "A fee, o imperio” passou a ser «A fé, o império», “forão dilatando” passou a ser «foram dilatando». Todos estes casos são evidentes e sem controvérsia.

Uma outra alteração surge no final da primeira estrofe: «entre gente remota edificarão….que tanto sublimarão» passou a ser «entre gente remota edificaram …que tanto sublimaram».

Esta alteração parece ser também banal. Mas é mesmo incontroversa?

Será que o poeta não queria terminar a primeira estrofe no futuro?

Se a estrofe terminasse no futuro e não no pretérito, o texto teria sentido: ele vai cantar os primeiros grandes navegadores portugueses (Vasco da Gama e companheiros) que passaram além da Taprobana e que posteriormente à narrativa – ou seja no futuro -- vieram a edificar e sublimar.

Note-se também que nessa primeira estrofe, na primeira edição surge «passaram ainda alem da Taprobana» e não «passarão ainda alem da Taprobana». Assim, duas perguntas concretas:

1/ Se no final do século XVI, o pretérito se escrevia como “edificarão / sublimarão ,” como se grafava o mesmo verbo no futuro (ou seja como se distinguiam as palavras que agora grafamos como edificaram e sublimaram?

2/ Que certeza temos que o poeta desejou terminar a primeira estrofe no pretérito e não no futuro?

Laiza Grener Estudante Rio de Janeiro, Brasil 164

Olá a todos desse maravilhoso site!

Gostaria de saber se posso utilizar a locução prepositiva «à luz de» como conjunção subordinativa conformativa.

Exemplo: «À luz do que é mencionado na Constituição Federal, fica vedada a associação de caráter paramilitar.»

Usei no sentido de «de acordo com, segundo, consoante,conforme, como». É válido isso?

Pois, conforme o Chat-GPT, o período: «À luz do que é mencionado na Constituição» → é uma locução prepositiva («à luz de») seguida de uma oração subordinada adjetiva: «do que é mencionado na Constituição Federal». Nesse caso, não temos uma conjunção subordinativa conformativa, mas sim uma locução prepositiva com sentido de conformidade ou fundamentação.

Obrigada.

Manuela Araújo Professora Guimarães, Portugal 139

Seria possível confirmarem-me se na frase «O problema, dizia Benito, era que não tinha os papéis em ordem», a palavra que é uma conjunção subordinativa completiva com a função sintática de predicativo de sujeito.

Tenho colegas que consideram que é um pronome relativo, mas eu não considero que haja antecedente.

Muito obrigada pela ajuda!

Maria Bolton Professora Londres, Reino Unido 52

Agradecia que me elucidassem sobre as duas frases. Devemos usar o indicativo ou o conjuntivo, ou ambos, tendo neste caso significado diferente?

«É difícil declarar que ainda é necessário.»

«É difícil declarar que ainda seja necessário.»

Sinceros agradecimentos,

Rafael Bertozzo Duarte Revisor Legislativo Curitiba, Brasil 146

Quero parabenizar o site.

Recorro a vocês para encontrar uma resposta que não encontrei em nenhum outro lugar na rede. É sobre alguns fenômenos linguísticos que tenho observado e para os quais não encontrei definição ou nome. São casos em que a regra sintática é quebrada com um propósito. Não são meramente erros.

Na frase «Ele correu pegar a bola», o verbo correr assume uma transitividade que não lhe é própria. Um fenômeno parecido ocorre com «Vá ao quarto correndinho buscar meu telefone», em que o verbo no gerúndio recebe um diminutivo. Claro que as duas frases quebram normas gramaticais, mas não são meros erros, elas têm um propósito, atribuem uma expressividade à construção.

Gostaria de saber se há figuras de linguagem em que esses dois fenômenos possam ser enquadrados. Inclusive, gostaria de saber se há mais exemplos desse mesmo fenômeno.

Obrigado.

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo) , Brasil 204

1) Quem tem experiência, é experiente.

2) Quem tem maturidade, é maduro(a).

3) E quem tem mentalidade, é o quê no caso?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 152

O assunto que me traz hoje aqui é alusivo à perceção lógica de algo.

Se pretendo dizer que um assunto carece de sentido comum, devo empregar «senso comum» ou «sentido comum»?

Por outra parte, um raciocínio lógico é algo que faz sentido. Visto assim, dizer sentido ou «senso comum», não seria redundante?

Aproveito para agradecer encarecidamente o afinco de todos os membros desta maravilhosa página web!

Muito obrigado a todos!

Alberto Sousa Portugal 215

Os dicionários da Priberam e da Infopédia registam pretérito como adjetivo, no sentido de «passado». Como nome é só o tempo verbal. Já o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa regista o nome pretérito com o sentido de «passado».

Posso usar pretérito como nome?

Um exemplo: «O pretérito era duro, não havia muito do que há nos nossos dias.»