A forma correta é «gostaria que você soubesse». Quando gostar é usado no condicional («gostaria»), o verbo que se lhe segue deve ocorrer no imperfeito do conjuntivo.
Assim, retomando os exemplos em questão:
a) Gostei / gostava / gostaria que você soubesse.
b) *Gostei / gostava / gostaria que você saiba.
Sabendo que o verbo gostar exige o conjuntivo quando seleciona uma oração subordinada completiva, verifica-se que se aceita a), mas não b). A dúvida é, portanto, entre a opção pelo presente ou pelo imperfeito do conjuntivo numa oração subordinada completiva finita, num caso em que o verbo principal está no condicional. De facto, em língua portuguesa, na formulação de frases complexas contendo uma oração subordinada completiva finita, existem restrições quanto à combinação dos tempos do verbo da oração subordinante e do verbo da oração subordinada finita, sobretudo em contextos que exigem o modo conjuntivo na oração subordinada, como é o caso das construções com «gostar (de) que».
Pelo facto de o verbo principal – gostar – estar aqui no condicional, não encontrei em qualquer gramática uma explicação que se aplique especificamente aos exemplos apresentados. Porém, penso que o seguinte excerto da secção 15.3.3 da Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian, 2013: 545), sobre combinações de tempos no verbo principal e no verbo subordinado no modo conjuntivo em orações completivas, ajuda a resolver a questão:
[…] quando o verbo principal no indicativo está no presente, o verbo subordinado que apresenta as marcas temporais ocorre no presente do conjuntivo, e quando o verbo principal no indicativo ocorre num dos tempos pretéritos, o verbo subordinado que apresenta as marcas temporais ocorre no imperfeito do conjuntivo; em termos esquemáticos, tem-se, pois, (i) presente [ind.] + presente [ind.] ou então presente [ind.] + pretérito perfeito composto [conj.] e (ii) pretérito perfeito ou imperfeito [ind.] + pretérito imperfeito ou mais-que-perfeito composto [conj.]. Por motivos óbvios, este fenómeno é por vezes chamado concordância de tempos (em latim, consecutio temporum).
Agora, lembrando a estreita relação do condicional com a ideia de pretérito, seja quando este tem um valor temporal de futuro do passado (sendo por isso chamado de futuro do pretérito nas gramáticas brasileiras: «gostaria») seja quando apresenta um valor modal (caso em que, com algumas restrições, tem tendência para ser substituído pelo pretérito imperfeito, sobretudo em português europeu: «gostava»), e no sentido de aplicar aos exemplos trazidos pelo consulente a generalização apresentada, parece perfeitamente admissível juntar ao pretérito perfeito e ao imperfeito do indicativo, incluídos em (ii), o condicional («gostaria»), cuja presença na oração principal, sendo assim, também exige o pretérito imperfeito e não o presente do conjuntivo na oração subordinada.