Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.
Censura e controlo da linguagem
O impacto que podem ter na ciência e na democracia

«É muito próprio dos regimes populistas e autoritários mexerem na língua» – considera a linguista Margarita Correia, professora na Faculdade de Letras de Lisboa , a propósito da proibição de certas palavras na linguagem da nova administração dos EUA.

Trata-se de uma entrevista conduzida pela jornalista Filipa Almeida Mendes e incluída em 5 de março de 2025 no número comemorativo do 35.º aniversário do jornal Público. O texto fica aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a norma ortográfica de 1945, conforme o original.

Pretérito mais-que-perfeito... Morreu?
O uso do pretérito mais-que-perfeito simples no português brasileiro falado

 «Podemos continuar afirmando que NUNCA se usa o pretérito mais-que-perfeito simples na modalidade falada do português brasileiro, ou seria mais prudente afirmar que RARAMENTE se usa tal conjugação verbal?» – é a interrogação que lança o gramático brasileiro Fernando Pestana no contexto da discussão da relação norma-uso na dinâmica do português do Brasil.  Artigo de opinião incluído no mural Língua e Tradição (Facebook, 09/03/2025).

 

A norma (in)culta do jornalismo
Ainda sobre o debate das fontes da norma culta no Brasil

«Você realmente acha que a linguagem jornalística pode ser tomada como fonte de norma CULTA, como modelo de exemplaridade idiomática, como alvo a ser desejado no que respeita à qualidade escrita?» – interroga o gramático brasileiro Fernando Pestana a respeito do debate à volta fonte da norma culta no Brasil. Texto publicado pelo autor no seu próprio mural de Facebook em 20 de fevereiro de 2025.

«Sinto-me triste... mas a Gronelândia  <br> também tem de estar assim?»
Um caso único de análise onomástica

«A proposta de renomear a Gronelândia como "Terra Vermelha, Branca e Azul" [em inglês Red, White and Blueland] é uma questão complexa que entrelaça considerações de herança cultural, identidade e simbolismo geopolítico» – comenta o linguista Evgeny Shokhenmayer a respeito da proposta de um político norte-americano no sentido de atribuir à Gronelândia um novo inspirado pelas cores da bandeira dos EUA.

Tradução de um texto em inglês, publicado no blogue e-Onomastics em 15 de fevereiro de 2025. O título inglês original – "I Am Feeling Blue… But Should Greenland Be Too?", literalmente «sinto-me azul... mas a Gronelândia também tem de estar?» – tira partido do duplo sentido de blue, que além de significar «azul» também ocorre na aceção de «triste».

Afinal, que gramática queremos?
Entre registos informais e formais

«Como linguista que conhece várias línguas e estando no momento a conduzir uma análise comparativa do nível de complexidade gramatical das principais línguas europeias, posso adiantar a partir dos primeiros resultados que o português padrão apresenta, sim, uma gramática mais complexa do que idiomas próximos como espanhol, italiano, francês e inglês» – conclui o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi (pesquisador do NEHiLP-USP) sobre a questão da definição da gramática, perante o conflito entre a prescrição da tradição normativa e a descrição da análise linguística. Texto publicado no blogue do autor Diário de um Linguista (20/01/2025), divulgado no mural Língua e Tradição (Facebook, 26/02/2025) e aqui transcrito com a devida vénia.

 

 

O <i>corpus</i> literário na tradição gramatical brasileira (I)
Língua escrita e definição da norma

«[A] descrição gramatical far-se-á obrigatoriamente em corpus de língua escrita dada a cabal impossibilidade de fazê-lo em corpus de língua oral» – sustenta Ricardo Cavaliere, linguista, filólogo e membro da Academia Brasileira de Letras, numa reflexão sobre a identificação os registos que facultam modelos de bom uso para as gramáticas prescritivas. Texto publicado na página Língua e Tradição (Facebook, 05/01/2025) e aqui transcrito com a devida vénia.

 A degradação das plataformas digitais
O anglicismo enshittification

O neologismo inglês enshittification descreve o processo de degradação de serviços e produtos, especialmente os digitais, à medida que se priorizam estratégias voltadas para o lucro em detrimento da experiência do utilizador. Se o traduzíssemos para português, como ficaria? "Enshitificação", "embostificação", "merdificação" seriam opções aceitáveis, ou a perífrase «degradação das plataformas em linha» é mais adequada? A esta pergunta responde a consultora Sara Mourato, num texto em torno de um anglicismo que ganhou vida em 2022.

Não é de hoje...
O português e o separatismo linguístico

«Já faz tempo essa ideia alarmista de que "daqui a X décadas", as variedades vão se separar de vez e se transformarão em línguas diferentes» – comenta o gramático Fernando Pestana a respeito da possibilidade de o português do Brasil se tornar uma língua autónoma, separada das atuais variedades do português. Apontamento publicado no mural deste autor no Facebook (31/10/2024).

 

A dimensão deôntica da linguagem
Língua e uso correto

«Assim como tudo na vida, a língua é um produto humano e, portanto, está sujeita ao valor deôntico que os seres humanos damos às coisas – isto é, ao "isso tem que ser assim, e não assado", ao "é necessário buscar o melhor, e o melhor tem que obedecer a certos parâmetros", ao "é um dever, uma obrigação, uma necessidade que algo seja bom, que entreguemos o nosso melhor".

Considerações do gramático brasilero  Fernando Pestana sobre o uso modelar da língua.

Extermínio cordial e harmónico do galego
A língua galega perde falantes para o espanhol
Por Xosé-Henrique Costas

«Um terço dos mais jovens não sabe falar galego. Onde está a sua "liberdade de escolha"?» – interroga-se Xosé-Henrique Costas, professor da Universidade de Vigo acerca dos dados alarmantes de um inquérito do Instituto Galego de Estatística (IGE), os quais revelam a descida preocupante do número de falantes de galego, principalmente entre os jovens. Artigo de opinião publicado no Diário Nós, em 11 de outubro de 2024 e aqui transcrito com a devida vénia, com título e subtítulo da responsabilidade editorial do Ciberdúvidas. Apresenta-se em primeiro lugar uma versão em português e depois o original galego.