Sou frequentadora assídua das páginas do Ciberdúvidas. Aqui encontro respostas às mais diversas dúvidas que, por vezes, se apresentam enquanto escrevo. Sem dúvida, este é um espaço no qual se encontram orientações elaboradas de forma clara, correta e objetiva.
No entanto, quero tecer alguns comentários a respeito da resposta dada às questões do texto Sobre a próclise, a mesóclise e a ênclise (Edite Prada :: 04/05/2004).
As respostas apresentadas ao consulente são bastante elucidativas, porém as justificativas dadas ao uso do pronome no Brasil são, no meu modo de pensar, extremamente superficiais. Aliás, nem se pode falar no plural, pois há somente uma: "porque obedece à regra geral".
No Brasil, há, sim, um distanciamento natural entre a fala e a escrita, por motivos que vão muito além do mero descaso para com a língua – há raízes históricas e problemas estruturais graves.
No que concerne à norma culta, mais especificamente à escrita, preconiza-se o uso das regras. Dessa forma, as justificativas aqui deveriam levar em conta as normas gramaticais e não o uso informal da língua, pois dá a impressão de que no Brasil os gramáticos concordam com esta "regra geral" e que as escolas adotam-nas.
O brasileiro, ainda que tenha bons conhecimentos e uma sólida formação, estabelece diferenças entre as diversas situações de uso da língua. Eu arriscaria dizer que, com relação à fala, somos muito mais "situacionais" – "contextuais" do que propriamente "gramaticais".
Eu disse com relação à fala, pois os que fazem uso do padrão culto na modalidade escrita sabem que as regras existem e que a gramática é normativa.
Felicidades a todas(os) e parabéns pelo inestimável trabalho de aclarar as dúvidas e clarear os espíritos.
Grata.
Sou brasileira, e a língua portuguesa é minha ferramenta de trabalho, mas atualmente vivo em Lisboa. Desejo estudar o português europeu para diferenciá-lo, com responsabilidade, do português que aprendi no Brasil. Por onde posso começar? Preciso de uma referência de gramática e de outra para a literatura.
Desde já agradeço muito, caso possam ajudar-me.
Qual a grafia correcta para a capital da Federação Russa? Moscou, ou Moscovo? O acordo ortográfico de 1990 padroniza de alguma forma os topónimos na língua portuguesa?
Pergunto-o porque me parece que o termo Moscovo se encontra mais adaptado às regras lexicais do português, enquanto me parece que Moscou tem mais similaridade com o termo em inglês Moscow.
Agradecido pela atenção.
Agradecia a amabilidade de me dar um sinónimo para a palavra chafedes que aparece no livro de Miguel Torga Bichos, cujo significado não aparece em qualquer dicionário.
Grata pela atenção.
Quanto à regência do verbo acessar, ele é objeto direto, ou indireto? Por exemplo: a frase «Acesse o site» está correta?
Estou lendo uma edição muito antiga de Viagens na Minha Terra, em que Garrett empregou amiúde o vocábulo indicível. Trata-se de uma variante aceitável do adjetivo indizível?
Muito grato!
Apresento ao Ciberdúvidas os meus agradecimentos pela ajuda na interpretação de Mau Tempo no Canal, de V. Nemésio.
Na continuação da vossa estimada resposta n.º 26 748, venho pedir o favor de me auxiliarem nas seguintes palavras e expressões contidas na obra:
«Mesa de pé de burro» — 2.ª pág., Cap. XII.
«Fazer marrajanas/marrajana» — 5.ª e 6.ª pág. do mesmo cap.
«Reseima» — 6.ª pág. do mesmo cap.
«Travar-lhe do braço» — 4.ª pág. do Cap. XIV.
«Cachimbeta» — 3.ª pág. do Cap. XVI.
Obrigado.
Relativamente à dúvida da Sra. Santos e ao significado da palavra "chocarro", comunico que tive a mesma quando estava a apoiar o meu filho nos trabalhos de casa (anda no 2.º ano do 1.º ciclo, antiga 2.ª classe). Ao procurar no dicionário, reparei que existe uma palavra que se assemelha bastante: cocharro. O cocharro é uma escudela de cortiça usada no Alentejo e no Algarve; ou seja, é uma tijela de cortiça. Como na cantilena popular se faz menção ao chocarro como sendo de cortiça, penso que neste caso o que se passou foi um erro de tipografia, ou de grafia, dependendo de quem o tenha feito. Ou será que estou enganado?
Porque é que alcagoita não figura no dicionário?
Aos sistemas de escrita silábicos, alfabéticos ou logográficos correspondem, respectivamente, os seguintes grafemas: sílabas, consoantes/vogais e logogramas (ideogramas ou pictogramas). Correcto?
Podemos dizer que os grafemas são símbolos ou marcas gráficas? Ou existe alguma diferenciação na sua utilização? Assim, se dissermos que, nos sistemas silábico e logográfico, correspondem a cada sílaba e a cada palavra, respectivamente, uma marca gráfica ou símbolo únicos, está correcto?
Obrigado.
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