Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Henrique Silva Compositor Niterói, Brasil 5K

Em textos antigos, não é raro ver o ponto e vírgula sendo usado em orações coordenadas sindéticas explicativas. Exemplo disso é o seguinte trecho de um conto de Machado de Assis publicado originalmente em 1881, chamado "Teoria do medalhão":

«De oitiva, com o tempo, irás sabendo a que leis, casos e fenômenos responde toda essa terminologia; porque o método de interrogar os próprios mestres e oficiais da ciência, nos seus livros, estudos e memórias, além de tedioso e cansativo, traz o perigo de inocular ideias novas, e é radicalmente falso.»

Além disso, ainda hoje é muito comum ver o ponto e vírgula sendo uso antes de orações aditivas/copulativas. Quanto a isto, aqui mesmo no Ciberdúvidas há um ótimo exemplo, numa resposta dada em 1998 pelo falecido José Neves Henriques: «Na academia aprendi jogos; e lutas que incluem defesa pessoal.»

Em todas as gramáticas que consultei, no entanto, as únicas orações coordenadas sindéticas em que o uso do ponto e vírgula parece ser considerado aceitável são as conclusivas e as adversativas. Assim, gostaria de saber a opinião de vocês sobre esta questão.

Principalmente no caso das sindéticas explicativas, chegamos de fato ao ponto em que conectá-las com o ponto e vírgula pode ser considerado errado ou inadequado? Ou é simplesmente algo que caiu em desuso (como o próprio ponto e vírgula, aliás)?

Para terminar, agradeço a todos os colaboradores deste site, que me ajudaram não só a esclarecer diversas dúvidas, mas também a expandir meus horizontes no que se refere ao uso da nossa língua.

Isabel Maria Coutinho Monteiro Tradutora Estoril, Portugal 3K

Percebi recentemente que teria tendência a escrever "inverosímel" em vez de inverosímil.

Intrigada, procurei encontrar uma explicação para esta tendência e percebi que, além de normalmente se pronunciar "inverosímel", o plural de inverosímil segue a regra de formação do plural das palavras terminadas em -el – inverosímeis.

Esta constatação despertou-me a curiosidade pela etimologia da palavra, mas não encontro nada que justifique a terminação em -il com plural em -eis.

Agradeço desde já uma eventual explicação, se a houver.

Adolfo Leitão Funcionário público Lisboa, Portugal 4K

Quando se diz algo a alguém e lhe dizemos para não contar a "terceiros", porque se diz "terceiros" e não "segundos"? Não tinha mais sentido assim?

Luiz Carlos Ramiro Junior Professor Niterói, Brasil 1K

O que significa a palavra dormidista? Não encontro em nenhum dos dicionários de referência – Houaiss ou Aurélio.

Desde já agradeço a ajuda.

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 6K

Devemos escrever «ambrosia» ou «ambrósia»?

Muitos dicionários distinguem entre ambrosia (bebida dos deuses) e ambrósia (termo botânico), mas isto parece-me bizantino.

Sempre ouvi e li «ambrósia», com acento, idependentemente dos termos (homónimos?).

Estou errado?

Obrigado.

Veralu Rocha Editora São Paulo, Brasil 3K

Qual destas frases é a correta: «Ao nascer, recebemos o sobrenome da família», ou «Ao nascermos, recebemos o sobrenome da família»?

Grata pela atenção e parabéns pelo trabalho!

Paulo Klush Puim Servidor São Paulo, Brasil 6K

Não me parece que haja controvérsia quanto à normal culta pressupor que uma pessoa se sente «ao piano», jamais «no piano», quando se quer expressar que se tenha sentado no banco do instrumento para executar uma obra musical. Depois desse estágio, começam minhas dúvidas.

Sei que Napoleão Mendes de Almeida acolhe «tocar ao piano» e condena "tocar no piano". Entretanto tocar (ou executar) "no piano" (executar uma obra por meio do instrumento) é indiscutivelmente errado no que tange à normal culta?

Além disso, quando a construção se transforma um pouco e se faz uso de "execução" ou "performance", então também "execução no piano" e '"performance no piano" são construções condenáveis, tornando-se imprescindível o uso de "execução ao piano" e "performance ao piano"?

Muito obrigado!

Diogo M. Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 1K

Estou a reparar, não sem alguma surpresa, que os dicionários da Porto EditoraPriberam não contemplam o adjetivo "rócheo", que julgo ser sinónimo de rochoso. Estou a ver mal?

Deparei com este problema em virtude de ter visto o termo escrito com acento numa obra que segue a grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.

Leva acento, não leva? E, mais importante: o termo existe?

Alexandra Carvalho Reformada, empregada de escritório Cascais, Portugal 1K

Existe a palavra reconvívio? Não faz sentido para mim, mas já li, e daí a minha pergunta.

Maria João Almeida Engenheira Lisboa, Portugal 2K

Na gíria dos assuntos relacionados com questões da Qualidade nomeadamente em documentação oficial é corrente utilizar a expressão «extensão do âmbito da acreditação» de um organismo.

Contudo, quando nos referimos ao facto de um organismo pretender estender a sua acreditação já escrevemos estender e não "extender", considerando que esta última forma é correta no sentido em que o organismo alargou o âmbito da sua atuação.

A questão que coloco é se extensão é uma grafia correta.

Muito obrigada.