Nos casos em apreço estamos perante orações subordinadas adjetivas relativas introduzidas por quanto. Quanto é considerado um pronome relativo por Bechara1 ou por Cunha e Cintra2 3.
Este relativo tem a particularidade de ter como antecedente um pronome indefinido, que pode assumir as seguintes formas: todo(s), toda(s) ou tudo.
Neste quadro, a oração introduzida por quanto, tendo antecedente expresso, será uma oração subordinada adjetiva relativa. Deste modo, a análise das frases apresentadas pode fazer-se da seguinte forma:
(1) «Tudo quanto houve passou.»
Tudo passou – oração subordinante
quanto houve – oração subordinada adjetiva relativa restritiva
(2) «Tudo quanto é passa.»
Tudo passa – oração subordinante
Quanto é – oração subordinada adjetiva relativa restritiva
Nos dois casos, a oração relativa integra a função sintática de sujeito, pois os sujeitos das frases são, respetivamente, «Tudo quanto houve» e «Tudo quanto é». Todavia, não estamos perante orações substantivas porque, em ambos os casos, a oração relativa tem um antecedente: o pronome indefinido tudo.
Disponha sempre!
1. Bechara, Moderna gramática portuguesa. Ed. Lucerna, p. 244.
2. Cunha e Cintra, Nova gramática do português contemporâneo. Lexicon, p. 365
3. No contexto do ensino não universitário, em Portugal, quanto (quanta, quantos, quantas) é considerado um quantificador relativo. Cf. Dicionário Terminológico em linha.