Usado como advérbio relativo – «esta é a casa onde nasci» –, onde tem como antecedente um nome associável a uma ideia de lugar.
Por vezes o antecedente de onde pode não corresponder literalmente um nome claramente locativo (isto é, que denote lugar):
(1) «Não me lembro do poema onde encontrei essas expressões.»
Em (1), apesar de poema não constituir um nome locativo, aceita-se a construção com onde, porque um poema é um texto e, como tal, concebe-se como espaço de ocorrência de certas expressões.
Quanto aos usos de onde que a norma culta não aceita, trata-se de um fenómeno da linguagem popular, que leva a empregar este advérbio em substituição de conjunções:
(2) Essa é uma fase da cidade onde ela era mais calma.
Em (2), onde está por quando, uso que não é aceite pela norma.
Sobre estes valores de onde, há estudos descritivos – por exemplo, "Os valores do 'Onde' na língua falada", de Emília Helena Portella Monteiro de Souza e publicado em 2003 na Revista da FACED – Universidade Federal da Bahia, n.º 7, pp. 213-226.