O estrato da língua portuguesa é o latim. Quer isto dizer que a maior parte da língua portuguesa se baseou no latim, tanto no plano ortográfico como no gramatical. Outras línguas influenciaram o português, mas não tiveram a importância do latim. Nesta língua, que tinha um sistema flexional muito rico (embora conheça exceções à regra), havia concordância entre nome e adjetivo que o qualifica ou que está com ele relacionado, tanto em termos de género como de número, como ainda de caso. Durante séculos a língua portuguesa evoluiu, perdendo a flexão casual, embora mantendo a concordância em número e género. No português de Portugal e no registo culto dos outros países de língua portuguesa, respeitam-se estas regras de concordância, que, no entanto, não têm caráter universal. Por exemplo, no inglês, não há plural para os adjetivos, ou, melhor, os adjetivos não apresentam uma forma diferente, estejam os nomes que eles qualificam no singular ou no plural: enquanto em «as meninas bonitas» existem três marcas de plural (no artigo definido, no substantivo e no adjetivo), na expressão inglesa equivalente («the beautiful girls») só uma vez se marca o plural, no substantivo («girls»).
No Brasil, no registo popular e informal, também não se observam as regras da concordância do registo culto, acontecendo frequentemente que, numa expressão nominal, se marque o plural apenas na palavra que a determina, por exemplo, no artigo definido, como acontece em «as menina bonita». Apesar de muito disseminado na fala popular brasileira, e ainda que não impeça a comunicação entre os interlocutores, este uso não é aceite pela norma-padrão e, portanto, é considerado incorreto. O mesmo se diga com usos dos português em Angola, por influência das línguas nacionais, de origem banta, em que a concordância se estabelece diferentemente do português (Cf. A diferença dos plurais em português e nas linguas bantas).