As frases apresentadas pelo consulente convocam várias questões.
Em primeiro lugar, recorde-se que as orações infinitivas simples introduzidas por preposição que incluem um pronome átono tanto admitem que este surja numa posição enclítica (i.e., depois do verbo no infinitivo) como numa posição proclítica (i.e., antes do verbo), como ilustram respetivamente as frases (1) e (2):
(1) «Temos de lhe oferecer uma prenda.»
(2) «Temos de oferecer-lhe uma prenda.»
As orações infinitivas que são introduzidas pelas preposições a e com constituem uma exceção, pois admitem apenas a ênclise:
(3) «Começou a oferecer-lhe presentes.»
(4) «Com oferecer-lhe presentes, deixaste-o mimado.»
Assim, pelo que ficou dito, são aceitáveis ambas as construções apresentadas pelo consulente:
(5) «por o agredir»
(6) «por agredi-lo»
A frase em questão apresenta, todavia, outros problemas que convém equacionar. O primeiro está relacionado com a concordância entre o pronome pessoal e o seu antecedente. Com efeito, ao utilizar-se o pronome na forma masculina, este refere-se ao termo agente:
(7) «Vítima identifica imediatamente agente condenado por o agredir.» (agredir o agente)
Ora, se é o agente que é o agressor, o pronome deve concordar com o nome vítima, devendo surgir na forma feminina:
(8) «Vítima identifica imediatamente agente condenado por a agredir.» (agredir a vítima)
Esta frase não será, contudo, muito elegante, pela sonoridade final. Não obstante, a alternativa proposta pelo consulente será menos clara porque não esclarece a quem se dirigiu a agressão:
(9) ««Vítima identifica imediatamente agente condenado por agressão.» (agressão a quem?)
Assim, uma possibilidade de aperfeiçoamento da frase poderia passar, por exemplo, pela alteração dos tempos verbais, apontando a oração infinitiva para um intervalo de tempo anterior ao do reconhecimento:
(10) «Vítima identifica imediatamente agente condenado por a ter agredido.»
(11) «Vítima identifica imediatamente agente condenado por tê-la agredido.»
Disponha sempre!