Atesta-se como comum o uso do vocativo «senhores e senhoras»:
(1) «Sim, senhores e senhoras, o que dirá o estrangeiro...» (Seabra, Bruno. Paulo, in Corpus do Português)
(2) «– meus senhores e senhoras, Quero dar-lhes um lembrete, Não propalem por aí...» (Júnior, Joaquim. O defeito de família, in Corpus do Português)
(3) «– Boas-noites, meus senhores e senhoras, até amanhã.» (Alegre, Araújo. Angélica e Firmino, in Corpus do Português)
É também comum a forma «senhoras e senhores» (ou «minhas senhoras e meus senhores»), não havendo assim uma ordem específica dos constituintes:
(4) «Todos nós sabemos, senhoras e senhores, o que é o himeneu» (Assis, Machado. As bodas de Luís Duarte, in Corpus do Português)
(5) «Minhas senhoras e senhores, passem bem.» (Azevedo, Artur. O Liberato, in Corpus do Português)
Não se pode, contudo, afirmar que optar pela forma de tratamento senhores para nos dirigirmos a um auditório com elementos de ambos os géneros, esteja errado. Numa perspetiva normativa, a gramática considera que o masculino é o termo não marcado de género.