As orações subordinadas adjetivas (ou orações relativas) são, como refere o consulente, introduzidas por um constituinte que contém um pronome relativo, mas que não tem de ser necessariamente que ou quem.
Ora, os pronomes relativos aceites nestas construções, além de que e quem (que corresponde a «aquele que»), são: qual, cujo, quanto, onde e como1.
Veja-se os seguintes exemplos:
1. «O rapaz que vi era loiro.»2
2. «Não conhecia a pessoa em casa de quem me hospedei.»
3. «Este é o chá sem o qual não vivo.»3
4. «Perdi o livro cujas páginas risquei.»
5. «Isto é quanto posso dizer-te».
6. «Voltei à casa onde nasci.»
7. «Gostei do modo como apresentaram o trabalho.»
1 Ver Gramática do Português, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013-2020, pp. 2076-2078. Observe-se que, na classificação adotada atualmente nos ensinos básico e secundário em Portugal, considera-se que «[n]em todas as palavras que introduzem orações relativas pertencem à classe dos pronomes, como é o caso dos advérbios relativos onde, como, dos quantificadores relativos quanto(s)/quanta(s) e do determinante relativo cujo(s)/cuja(s)» (Dicionário Terminológico).
2 Importa também considerar a locução pronominal «o que»: «Não percebo o que dizes». Note-se que há propostas de análise que tomam «o que» como uma sequência do pronome o, num uso equivalente a «aquilo», e do pronome relativo que. Consulte-se a resposta "A locução pronominal relativa 'o que'".
3 Qual ocorre acompanhado do artigo definido, formando a locução pronominal relativa «o qual/a qual». Cf. Gramática do Português, p. 2078.