Sim, a análise da consulente está correta. Na frase «Fui jantar com o Pedro ao restaurante onde nos vimos pela primeira vez», a oração «onde nos vimos pela primeira vez» é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva, cuja função sintática é modificador restritivo do nome. Todas as orações subordinadas adjetivas relativas são modificadores do nome ao qual se referem. Nesta frase, a oração relativa é introduzida pelo advérbio relativo onde.
Por outro lado, existem também orações subordinadas substantivas relativas sem antecedente, introduzidas pelos advérbios relativos onde e como:
a) O João escreve os seus romances onde lhe apetece.
b) Ele estuda como lhe dá mais jeito.
Ambas as orações subordinadas («onde lhe apetece», em a) e «como lhe dá mais jeito», em b)) são introduzidas por um advérbio relativo sem antecedente; isto é, a expressão lexical a que estão associados (a qual deve ocorrer à esquerda da palavra relativa, permitindo identificar a entidade a que se refere) está ausente. A oração substantiva relativa sem antecedente pode desempenhar várias funções sintáticas¹.
Na frase a), a oração «onde lhe apetece» e na frase b), a oração «onde lhe dá mais jeito» desempenham a função sintática de modificador do grupo verbal da subordinante («O João escreve os seus romances» em a) e «Ele estuda» em b)).
Assim, temos uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva em 1.
1. O sítio onde ele escreve é aprazível.
E em 2), uma oração subordinada substantiva relativa sem antecedente.
2. Ele escreve onde lhe apetece.
¹Sujeito (Quem não trabalha não progride.); complemento direto (Eu respeito quem me ajuda.); predicativo do sujeito (Ele não é quem parece.); complemento indireto (É preciso dar valor a quem trabalha.) complemento agente da passiva (O quadro foi comprado por quem fez a melhor oferta); complemento oblíquo do verbo da subordinante (Ele pensa em quem sempre o ajudou.) e modificador do grupo verbal (Eu canto onde me apetece).
(cf. Gramática prática de português, Lisboa editora, pp163-165)