Os advérbios bem e mal, quando associados a outras palavras, não são considerados prefixos, mas, sim, elementos de composição. Esta é uma classificação do novo acordo ortográfico que não é novidade, visto que continua a que pressupunha o acordo de 1945 (base XXIX, 12.º).
Sobre o uso de hífen com bem e mal, o novo acordo estipula o seguinte (base XV, 4):
«4. Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante. Eis alguns exemplos das várias situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).
Obs.: Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.»
Em suma, com mal e bem não se verifica o uso sistemático do hífen, havendo muitas exceções definidas por tradição.
N.E. – Sobre os critérios de hifenização depois do Acordo Ortográfico de 1990, acompanhe-se a explicação do gramático brasileiro Sérgio Nogueira em registo de vídeo: