A forma "Candam" configura uma resistência antiga à grafia contemporânea do topónimo, que só poderá ser Candão, visto que -am só ocorre na escrita das formas verbais, desde a Reforma Ortográfica de 1911.
Trata-se de um topónimo cuja sequência inicial (ou radical) – cand- – ocorre com alguma frequência no ângulo NW da Península, englobando as Astúrias (Cándanu)1, as regiões de tradição leonesa, a Galiza (Candán)2 e o território português até ao Mondego e ao Sistema Central. Este elemento parece ter origem pré-romana, embora o latim candidus, «branco», não lhe seja estranho, que faz supor que se trata de elemento de origem indo-europeia. O seu significado terá passado por certa variação e evolução semântica -- de «pedra,rocha» e «areia» a «branco» --, pelo que a toponímia permite avaliar (cf. Fernando Cabeza Quiles, Toponimia de Galicia, 2008, p. 144/145).
O historiador A. Almeida Fernandes (Toponímia Portuguesa. Exame a um Dicionário, 1999) não refere diretamente Candão, mas comenta Canda (nos concelhos de Melgaço e Ribeira de Pena) e Candeeira" (nos concelhos de Anadia, Cinfães, Ponte de Lima, Redondo,V. N. Famalicão, Vouzela e na Galiza) , aos quais associa Candal e Candosa, que interpreta como originários de palavras referentes a terrenos rochosos. Para este autor, teria havido em tempos recuados um vocábulo nominal e/ou adjetival com a forma *candano. É plausível propor que Candão se filie nesta forma, hipotética, é certo, mas passível de reconstrução com base nos dados da toponímia. Além disso, não se afigura descabido que ambos os casos de Candão, o de Oliveira do Hospital e o de Águeda, aludam a uma característica do solo, a de ser pedregoso.
1 Cf. Toponimia Asturiana. El porqué de los nombres de nuestros pueblos (consultado em 04/02/2021).
2 Cf. Nomenclátor de Galicia – Xunta de Galicia (consultado em 04/02/2021).