É uso que se atesta raramente ou nunca em Portugal, o que não significa que não seja legítimo. Aliás, nem mesmo mencionar arrastar como sinónimo de levar em alusão a eleições se afigura comum em Portugal.
Levar, na aceção de «ser declarado oficialmente vencedor/vencedora num ato eleitorial», parece ter difusão no português do Brasil, como a seguir se ilustra:
(1) «[...] Hillary Clinton obteve mais votos que Trump [...] [N]o que se refere ao voto popular, Clintou ganhou. Ganhou, mas não levou.» ("Como funcionam as eleições presidenciais nos EUA?", UOL, 03/11/2020)
(2) «Em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, disse que Aécio Neves teria derrotado Dilma Rousseff em 2014, mas não levou porque a eleição foi fraudada.» ("Nem Aécio acredita que ganhou de Dilma em 2014", Exame, 08/07/2021)
A consulta de páginas da Internet permite até pensar que no discurso jornalístico se fixou a expressão «ganhou mas não levou». Levando a pesquisa mais longe, o Corpus do Português, de Mark Davies, permite considerar que «ganhou mas não levou» é, na prática, uma expressão idiomática do português do Brasil, como se depreende de ocorrências de textos identificados como provenientes do Brasil, em que já se cita a sequência como uma expressão que tem um sentido particular:
(3) «É bem na linha do "ganhou mas não levou", perdeu-se o volante da Mega.»
Contudo, ainda na mesma fonte, deteta-se um exemplo de um texto atribuído a Portugal:
(4) «É o famoso "ganhou mas não levou" de todo ano...