Não é obrigatório escrever «mestre florestal» com hífen. Na verdade, até se pode considerar dispensável a hifenização deste caso.
O termo «mestre florestal» é usado como denominação de uma das etapas da carreira de guarda florestal (cf. "CPF - Corpo de Polícia Florestal", Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Região Autónoma da Madeira).
As fontes aqui consultadas1 não indicam que haja tradição de registo da expressão «mestre florestal» como palavra composta e significado próprio (não simples resultado da associação dos significados das duas palavras). Trata-se, portanto, de uma expressão formada por nome seguida de adjetivo e confundível com qualquer grupo nominal ocasional.
Mas, ainda que se possa aceitar que «mestre florestal» constitui globalmente uma palavra, não há regra ortográfica que imponha o uso do hífen. Como tem sido apontado em respostas anteriores, a hifenização dos compostos de nome e adjetivo depende muito da tradição do seu registo lexicográfico, muitas em decorrência do uso da expressão como forma designar, por exemplo, um cargo ou função especial: secretário-geral, diretor-adjunto. Mas outros casos há em que não se usa hífen, mesmo que o composto tenha certa estabilidade de uso e algum grau de semântica própria autónoma, como é o caso de cargos que envolva o adjetivo executivo: coordenador executivo.
Deste modo, por não evidenciar hifenização previsível ou de prática consistente, a forma «mestre florestal» está correta.
1 Foram consultados: Priberam, Infopédia, Novo Dicionário Compacto da Língua Portuguesa, de António Morais Silva, Houaiss e Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea de Academia das Ciências.