Na aceção de «humanidade» ou «conjunto de todos os seres humanos», não é obrigatório grafar homem com maiúscula inicial.
A consulta de fontes normativas anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 e elaboradas em Portugal são omissas quanto ao uso de maiúscula inicial em homem (ver Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de 1940 e, de Rebelo Gonçalves, o Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de 1947, e o Vocabulário da Língua Portuguesa, de 1966).
Mais recentemente, também não se acha menção especial a este caso. Note-se, porém, que o Dicionário Houaiss (1.ª edição brasileira, de 2001) assinala que, na aceção de «a espécie humana; a humanidade», a palavra se escreve frequentemente com maiúscula.
Trata-se, portanto de uma facultatividade, ocorrendo a maiúscula para dar relevo especial à noção ou conceito associado à palavra, convergindo, aliás, com uma possibilidade que tinha preceito para as palavras que designem «altos conceitos políticos, nacionais ou religiosos» (Base XLII, Acordo Ortográfico de 1945).
Se o vocábulo homem for usado para referir um «alto conceito» filosófico, ético e político, então, não será descabido escrevê-lo com maiúscula inicial, uso que encontra numerosas atestações, tem tradição e está correto.