Homem, com maiúscula, enquanto «conjunto de todos estes seres vivos; espécie humana», sinónimo de Humanidade (cf. Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa), tem caraterísticas de nome próprio e coletivo.
De facto, e citando Maria Helena Mira Mateus et al., na sua Gramática da Língua Portuguesa, 5.ª ed., págs. 213-214, um nome próprio «designa rigidamente uma única entidade socio-culturalmente [sic] saliente», ou seja, «um nome próprio é sempre um designador de um único objeto identificado pertencente à classe dos objetos do universo de referência relativo a um dado discurso». Acrescenta-se ainda que «um nome próprio é sempre totalmente determinado: por essa razão, não admite complementos nem modificadores de valor restritivo. [… ] Quanto aos nomes próprios singulares, quando ocorrem no plural, não funcionam como nomes próprios […].
Se atentarmos na palavra Homem, enquanto sinónimo de Humanidade, podemos concluir que: designa uma entidade única — por oposição, por exemplo, à espécie animal — e coletiva, pois refere o conjunto de todos os seres vivos. Além disso, perde o seu sentido próprio e coletivo no plural (Os homens não se medem aos palmos) ou se antecedido do determinante indefinido (É um homem de poucas palavras). Também não admite complementos nem modificadores com valor restritivo sem que altere o sentido de substantivo próprio: «O Homem de que te falei está ameaçado.»
Enfim, e pese a dificuldade inerente à classificação de termos como este, a palavra em apreço reúne certamente caraterísticas que a distinguem do nome homem, comum e não coletivo.
Nota: O elemento socio- não se separa do segundo elemento de formação, logo, socioculturalmente.