Há registos de estufa-fria em alguns dos vocabulários ortográficos que aplicam o Acordo Ortográfico de 1990 (AO)* (não nos que seguiam a anterior norma, de 1945), mas nada consta sobre «estufa quente». Atendendo ao hífen de estufa-fria, justifica-se grafar estufa-quente**, com hífen, mas esta forma não pode considerar-se a única correta, porque há muitas locuções formadas por nome + adjetivo que não têm hífen, apesar de funcionarem como palavras simples (não tem isto que ver com o AO, pelo menos, não de maneira direta): «máquina registadora», «polícia sinaleiro»**. Ou seja, o sintagma «estufa quente», não hifenizado, é legítimo, pelo menos, até um vocabulário ortográfico ou dicionário com autoridade reconhecida optarem por fixar a sua entrada como estufa-quente.
* Cf. o vocabulário ortográfico da Porto Editora (na Infopédia) e o Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa (Academia das Ciências de Lisboa). Estufa-fria não tem entrada no Vocabulário Ortográfico do Português (Portal da Língua), nem no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (Instituto Internacional da Língua Portuguesa), nem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras.
** Lembra o consultor D'Silvas Filho que uma estufa já é por definição quente, o que é razão para empregar «estufa quente» apenas em situações especiais e excluir a forma com hífen. Em textos mais técnicos, pode impor-se a necessidade de contrastar dois tipos de estufa, entendendo-se o termo estufa, sem qualificativos, genericamente como recinto fechado. Veja-se a diferença entre «estufa-fria» (ou «estufa fria») e «estufa quente» que é feita nesta página da Estufa Fria de Lisboa.
*** No Brasil, «policial/agente de trânsito» (informação do consultor Luciano Eduardo de Oliveira).
N. E. (16/09/2016) – Observe-se que, no nome próprio Estufa Fria de Lisboa (referida imediatamente antes em nota), a expressão Estufa Fria ocorre sistematicamente sem hífen. Como nome comum, estufa-fria (ou estufa fria) é uma «galeria envidraçada, aquecida, destinada a plantas que não suportam o sol, ou que se dão melhor num ambiente com temperatura mais constante» (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa). Diferente definição dá a página eletrónica da Estufa Fria de Lisboa (já referida antes em nota): «A "Estufa Fria" é a área principal do jardim, resultando o seu nome do facto de aqui não existir qualquer sistema de aquecimento. » Segundo a mesma fonte, as estufas quentes distinguem-se por «[possuírem] cobertura de vidro, por isso, com temperatura mais elevada, permitindo a existência de espécies diferentes».