Na transposição da frase em questão para o discurso indireto é possível recorrer tanto ao futuro do indicativo como ao condicional.
As regras preconizadas pela gramática tradicional, e normalmente ensinadas em contexto pedagógico, são muitas vezes redutoras face às possibilidades de construção do discurso relatado1. Assim, uma frase simulada de discurso direto como (1) pode ser reproduzida em discurso indireto pelas frases (2) a (4), entre outras:
(1) «Comunicamos que, no dia x, será feita a entrega de prémios do concurso de poesia.»
(2) «As professores X e Y comunicam que, no dia Z, será feita a entrega de prémios do concurso de poesia.»
(3) «As professores comunicaram que, no dia Z, seria feita a entrega de prémios do concurso de poesia.»
(4) «As professores X e Y comunicaram que, no dia Z, será feita a entrega de prémios do concurso de poesia.»
A seleção destes tempos/modos verbais respeita a consecutivo temporum2, na medida em que o importante é que se veicule a ideia de que a entrega será feita posteriormente ao ato de comunicar.
Note-se ainda que a opção pelo futuro do indicativo ou pelo condicional também poderá estar relacionado com uma intenção modal. Assim, o futuro expressa uma modalidade epistémica com valor de certeza ao passo que o condicional se pode associar à modalidade epistémica com valor de probabilidade.
Disponha sempre!
1. Cf. Duarte in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 2597.
2. Vejam-se algumas combinações possíveis entre o tempo da subordinante e o da subordinada em Oliveira in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 543 – 544.