Nas frases em análise, é aconselhável que o verbo seja flexionado na 3.ª pessoa do singular (verbo ser ou qualquer outro).
Nos casos apresentados, o sujeito é sempre composto por duas expressões separadas pela preposição de, funcionando a primeira como núcleo do sintagma nominal.
De acordo com esta análise, e de um ponto de vista estritamente sintático, a concordância deve efetuar-se com o primeiro elemento porque este é, como se disse, o núcleo do sintagma:
(1) «Um total de 35 médicos ficou infetados com covid-19»
(2) «Um total de 340 pessoas está em quarentena»
(3) «Um grupo de 30 migrantes está a ser procurados»
Expressões como «Um grupo de» ou «Um conjunto de» são consideradas por Peres e Móia nomes de referência dependente. Este funcionam de forma auxiliar na definição de entidades grupais1, devendo surgir em construções de concordância no singular (com também se explica aqui).
Ao contrário, expressões que referem quantidade, como «um milhar de», «metade de» ou «a maioria de», já aceitarão a concordância sintática (4) com o núcleo do sintagma, que determina o uso da 3.ª pessoa do singular, ou a concordância semântica (ou silepse) (5) com o segundo nome, o que autoriza o uso da 3.ª pessoa do plural:
(4) «A maioria dos alunos votou.»
(5) «A maioria dos alunos votaram.»
Disponha sempre!
1. cf. Áreas críticas da língua portuguesa. Caminho, pp. 470-471.