A diferença entre as expressões apresentadas reside no facto de o nome próprio Páscoa ser ou não determinado por artigo definido, o que pode implicar algumas diferenças ligeiras relativamente àquilo que se refere. Note-se, porém, que com alguma frequência esta oscilação entre o uso ou não do artigo é opcional.
A ausência de artigo a determinar um nome pode estar associada à expressão de um valor referencial genérico de tipo, que se opõe à identificação de um exemplar desse tipo1. O uso do artigo definido contribui, muitas vezes, para associar ao nome um valor [+específico].
Assim, na expressão «domingo de Páscoa» não se identifica um domingo de uma Páscoa em particular. A expressão refere este dia de forma genérica, sem qualquer tipo de particularização.
Já na expressão «coelho da Páscoa», o nome Páscoa está determinado por artigo definido, o que contribui para distinguir coelhos com diferentes naturezas: «coelho da Páscoa», «coelho do Natal». Não obstante, as mesmas expressões podem surgir em construções sem o artigo definido: «coelho de Páscoa», «coelho de Natal», o que confirma a natureza opcional da construção.
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1. Cf. Peres in Raposo et al. Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 791.