Os enunciados C) e D) configuram atos ilocutórios assertivos, enquanto o enunciado A) apresenta um ato ilocutório compromissivo e B) um ato ilocutório expressivo.
O ato ilocutório assertivo expressa a crença do locutor na verdade do conteúdo proposicional do enunciado produzido. É o que acontece nos enunciados C) e D), nos quais o locutor se compromete com a realidade de um estado de coisas (enunciado D)) ou a apresenta como provável (enunciado C).
O ato ilocutório compromissivo tem como objetivo comprometer o locutor a realizar a proposição expressa no enunciado. Assim, o locutor manifesta, por meio do seu enunciado, a intenção de praticar uma determinada ação. É o que acontece no enunciado A), no qual o locutor se compromete a não escolher a opção de processar alguém. Sem outro contexto que possa induzir outra interpretação, o enunciado A) é semelhante a (1):
(1) «Comprometo-me a não optar por processá-los.»
O ato ilocutório expressivo expressa o estado de espírito do locutor relativamente à situação descrita no enunciado. Entre as várias emoções possíveis, o locutor pode exprimir emoção, aprovação, desejo, arrependimento. Na frase C), o locutor faz um juízo de valor sobre uma situação apresentada como factual («as coisas funcionam assim»). É o advérbio de modo mal que expressa a avaliação apreciativa do falante (neste caso, uma depreciação).
Para terminar, fica uma precisão: o que se pretende saber não é a tipologia do atos de fala (esta expressão aplica-se para designar os cinco tipo estudados), mas o tipo de ato de fala presente no enunciado.
Disponha sempre!