Diz-se e escreve-se corretamente «caminho para», e não «caminho a». A tradução está, portanto, incorreta. O mesmo se diga acerca de guia, cujo uso correto se combina com a preposição de ou para: Novo Guia da Terra Dakini ou Novo Guia para a Terra Dakini.
As preposições associadas a caminho são de, em e para, segundo o Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos, de Francisco Fernandes. Contudo, para parece ser a mais utilizada, conforme sugerem os vários exemplos de uso que o Dicionário Houaiss regista. Quanto a guia, o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa faculta exemplos que permitem concluir que é de a preposição selecionada: «Guia de puericultura», «guia das estradas de Portugal», «guia da cidade de Lisboa». No entanto, para será igualmente aceitável se a preposição subentender a noção de movimento, finalidade ou marcar o beneficiário de tal guia: «Guia para a Terra Dakini» (= para chegar à Terra Dakini), «Guia para uma vida melhor» (= para alcançar uma vida melhor), «Guia para os crentes» (= destinado aos crentes, que dele tirarão benefício).
O erro cometido pela tradução em causa pode dever-se à sua fonte, talvez em espanhol da América do Sul. Com efeito, sabe-se que nas variedades sul-americanas se aceita "camino a" (cf. Diccionario panhispánico de dudas da Real Academia Espanhola); e semelhante suposição se pode fazer a respeito da forma incorreta «guia a», porque esta pode reproduzir alguns exemplos espanhóis de guía a (aliás, de correção duvidosa, que parece transpor apressadamente o inglês guide to..., «guia para...»). Sugere-se, portanto, aqui que a versão em português dos textos em causa pode muito bem ser uma má tradução de um texto escrito em certa variedade do espanhol.