Em Portugal grafa-se sem h – ou melhor, é assim que o registam todos os dicionários deste lado do Atlântico.1 Do outro lado, como se explica na resposta anterior Bahia e baía: porquê?, prevaleceu a grafia de 1911 para distinguir de baía geográfica.
Evanildo Bechara (in Na Ponta da Língua, vol, 1, Editora Lucerna, Rio de Janeiro, 2000) considera a grafia Bahia (com h) «um capricho imposto à nação»:
«(...) Quando comparada aos derivados do tipo baiano, passa a ser um acinte à ciência e uma agressão ao elementar bom senso. Este tipo de fantasia que se empresta à forma gráfica de certos vocábulos não fica distante daquele destempero que defendia lágryma (com y) para lembrar o rolar dela pela face do Ruy (com y) para sugerir as raízes profundas da árvore genealógica da família deste nome. Creio ser dever da próxima reforma ortográfica encarar casos como este e dar-lhe a solução esperada.»
Já Napoleão Mendes de Almeida (in Dicionário de Questões Vernáculas, ed. Livraria Ciência e Tecnologia Editora, São Paulo, 1994) qualifica de «espúria» a grafia com h:
«O h é bastardo à luz da ortografia de 1943 e da de 1945; um decreto de 1931 do estado baiano e a pessoal injunção do chefe da delegação brasileira do sistema de 1945, natural desse estado, é que nos impingiram essa vileza gráfica; tivesse ele nascido no Piauí, estaríamos até agora sujeitos a "Piauhy", em Jaú a "Jahu"? E não digam que a tradição é que nos obriga a esse aviltamento; que fizeram de "Christo"? Aqui o h era menos tradicional que lá? (...)»
1 Assim o especifica, também, o Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Capítulo XIII, De algumas particularidades dos nomes próprios):« (...) O correcto será (...) escrever Baía, em vez de Bahia, tal como Goiás, em vez de Goiaz, etc.»