Segundo a norma, a vírgula é empregada «para separar as orações subordinadas adverbiais» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá a Costa, 2001, p. 645), assim como, «sintaticamente, é o sinal gráfico que tem por funções delimitar as orações ou proposições que constituem períodos gramaticais [e] traduzir foneticamente, de colaboração com os demais sinais de pontuação, a entoação do encadeamento dos vários elementos constitutivos dos períodos gramaticais» (Rodrigo de Sá Nogueira, Guia Alfabética de Pontuação, Lisboa, Clássica Editora, 1973, pp. 89-90).
Tendo como base estas referências, não há dúvida de que toda a oração introduzida pela conjunção enquanto [geralmente, uma oração subordinada (adverbial temporal)] deverá estar demarcada pelo sinal gráfico da vírgula. Portanto, a frase correta é a 1.ª, em que a vírgula está presente: «Deixas-me para aqui sozinha em casa, enquanto tu andas a divertir-te com os teus amigos.»
Nota: Quando a conjunção enquanto ocorrer no início da frase, com o valor de «na qualidade de» e/ou introduzindo uma expressão nominal (cf. 1) ou uma oração subordinada (cf. 2), tais proposições deverão ser seguidas de vírgulas, demarcando a separação da sequência ou oração seguintes. Exemplos:
1 – «Enquanto sócio, tenho o direito de me manifestar.»
2 – «Enquanto pensas, eu vou já adiantando o trabalho.»