A vírgula está correta, embora seja opcional.
De acordo com o preceituado por Cunha e Cintra, usa-se vírgula «para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à principal»1, ou seja, se a oração subordinada adverbial for colocada em início de frase, esta deslocação é assinalada por vírgula, como se observa em (1):
(1) «Quando vou ao cinema, gosto de ficar num lugar ao centro da sala.»
No entanto, como explica Marco Neves, «quando o elemento adverbial está no final da frase, é menos comum usar vírgula, embora seja uma possibilidade»2. Poderemos ainda acrescentar que se se verificar uma grande proximidade sintática e semântica entre o verbo e a oração adverbial, a vírgula não é aconselhada, como acontece em (2):
(2) «Como quando quiser.»
Na frase apresentada pelo consulente, o recurso à vírgula marca a simultaneidade temporal de duas situações. Se se pretender colocar essas situações no mesmo plano de importância, então a vírgula não deverá ser usada.
Uma nota ainda para a construção «ter que»: quando se pretende exprimir a obrigação ou dever, é preferível utilizar a construção «ter de + verbo no infinitivo» (para maior aprofundamento, consulte-se esta resposta).
Disponha sempre!
1. Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo. Ed. Sá da Costa, p. 645.
2. Neves, M., Pontuação em Português. Guia prático para escrever melhor. Guerra e Paz, p. 69.