DÚVIDAS

Sobre o modo verbal da completiva seleccionada pelo verbo imaginar
«Apesar disso ainda há gente tonta que imagina que/Se possa continuar a governar/Com as artimanhas da velha política/Quando assumirmos o poder faremos tudo para que...»Cito um extracto de uma tradução de um pequeno texto-brincadeira que circula na Internet. Lido do princípio para o fim, tem um sentido; lido do fim para o princípio, revela sentido inverso. Para tal, deve respeitar-se a mudança de linha e escolher estruturas que permitam a brincadeira em português. A dificuldade está aqui: se se respeita a gramática e se escreve "gente tonta que imagina que se pode governar", ou seja, o verbo imaginar seguido, como é correcto, de verbo no indicativo, a leitura do fim para o princípio não é possível. Pensei assinalar aos meus estudantes que, neste caso, se poderia recorrer ao erro que por vezes é cometido na língua corrente. O que vos parece? Demasiado artificial? Obrigada pela vossa resposta.
A expressão «flor de farinha»
O que significam a palavra composta farinha-flor e a expressão flor de farinha? Seriam sinônimas? A última seria hifenizada? Flor de farinha é uma expressão que somente encontro em textos bíblicos do Pentateuco traduzidos para o português por católicos e protestantes. Aparece em contextos de sacrifícios e oferendas de bolos, pães ázimos etc. no Tabernáculo. Em ambos os casos, creio que se trata de farinha de trigo, não é mesmo? Muito obrigado sempre.
A grafia de sapato e de salema
Embora escrevesse sapato, salema etc., o grande estudioso da língua portuguesa Cândido de Figueiredo afirmava que tais palavras deveriam grafar-se "çapato", "çalema"... Li isso numa de suas obras, Problemas da Linguagem. Em que se baseava o mestre lusitano para dizer que esses e outros vocábulos deveriam ser escritos com cê cedilhado inicial e não com s? Seria certo escrevê-los hoje com ç inicial? Muito grato!
O uso de dois sinais de pontuação: de exclamação e de interrogação
Eis os dois últimos versículos do Livro de Jonas: «Javé disse: "Tu tens pena da mamoneira, que não te custou trabalho e  que não fizeste crescer, que em uma noite existiu e em uma noite pereceu. E eu não terei pena de Nínive, a grande cidade, onde há mais de cento e vinte mil homens, que não distinguem entre direita e esquerda, assim como muitos animais!"»Minha pergunta se prende ao sinal de pontuação da última frase. Apesar de haver um tom exclamativo, não se trataria também de pergunta? Nesse caso, não conviria usar ambos os sinais, de exclamação e de interrogação? Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa