Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Flora Ouro Tomar, Portugal 7K

Gostaria de saber como dividir e classificar a frase seguinte: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és".

Obrigada.

Vicente Martins Professor Universitáro (UVA) Sobral (Estado do Ceará), Brasil 7K

Ao longo da releitura Capitães da Areia, de Jorge Amado, na sua edição de 1937, deparei com o adjetivo "injectado", referindo-se a olhos, em duas passagens: (i) «Volta Seca olhou agradecido. Seus olhos estavam injectados, seu rosto todavia mais sombrio.» (CA, 1937, p.238) e «Pedro Bala o espia com os olhos injectados. Sente cansaço, uma vontade doida de dormir. Bedel Ranulfo aventura uma pergunta: — Levo pra junto dos outros?» (CA, 1937, p.26O). Tentei decantar o sentido através do verbo injetar, mas pouco me ajudou a chegar ao sentido mais confiável ou adequado ao adjetivo em tela.

Vocês poderiam, mais uma vez, me esclarecer esta dúvida nesta viagem ou empreitada leitora da importante obra de Amado?

Um abraço cearense.

Luís Pereira Professor Coimbra, Portugal 3K

Gostaria que me esclarecessem sobre o processo de formação da palavra pormenor. É um processo de composição?

Obrigado

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 3K

Recomendou há tempos a Fundéu (Fundació del Español Urgente) o uso de um neologismo entrado recentemente na língua castelhana, o verbo arrobar, no sentido de usar o caracter [@], arroba, empregado para endereçamento de mensagens na internet. E em português há razão para o adotarmos, também?

Teresa Viseu Professora Universitária Braga, Portugal 13K

Gostava que me esclarecessem sobre a forma correta de escrever palavras do tipo nanoesfera, nanoestrutura, microesfera, microestrutura, infraestrutura, macroesfera e macroestrutura. A dúvida é se têm ou não hífen (nano-esfera) ou se o e nestas palavras cai ou não (nanosfera).

Grata pela atenção.

María Aparicio V. Estudante León, Espanha 12K

Gostaria de saber qual é em português a diferença entre o predicativo e o atributo, já que a distinção é diferente na minha língua materna, e não consigo compreendê-la.

Paulo Almeida Estudante São Paulo, Brasil 75K

Sempre que leio narrativas, encontro verbos no tempo verbal pretérito mais-que-perfeito, mas fora isso é bem difícil eu encontrar o uso dele – tanto na fala quanto na escrita. Porém, analisando mais calmamente percebi que trocando o verbo no pretérito mais-que-perfeito para um Verbo auxiliar + verbo principal no particípio, o sentido da oração se torna o mesmo.

Vejam-se estes exemplos:

1 – «Quando o noivo apareceu, a noiva já chegara à igreja.» Caso eu troque o «já chegara» para «já tinha chegado», a frase tem o mesmo sentido: «Quando o noivo apareceu, a noiva já tinha chegado à igreja.»

2 – «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde partira e aonde de novo fora entregue». Caso eu troque o «partira» e «fora» para «tinha partido» e «tinha sido entregue», a frase tem o mesmo sentido: «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde tinha partido e aonde de novo tinha sido entregue». Por isso, gostaria de saber se será sempre correto, de acordo com a norma padrão, fazer essa troca que eu fiz e se um equivale a outro.

Obrigado.

Paulo Almeida Estudante São Paulo, Brasil 91K

Tenho sempre dúvida na utilização de vírgulas e o caso aqui é referente à virgula depois das conjunções e e mas.

Abaixo deixo alguns exemplos de frases que selecionei e que queria  ajuda  para entender se estão certas, ou não, e o porquê.

1 – «Nada prejudica mais uma apresentação do que o nervosismo. E, quando isso acontece, a melhor maneira é respirar fundo e confiar em si mesmo.»

2 – «Eu pediria que voltasse a ser quem era e recordasse tudo o que vivemos. Mas, mesmo assim, se isso não for possível, esqueça tudo o que passamos.»

3 –  «Ontem, Maria me contou uma história de amor inesquecível que ela viveu há alguns anos. Então penso comigo. E, se essa história de amor for realmente verdade, será que um dia poderei vivê-la?» (Aqui não vejo necessidade de vírgula antes de e. É errado numa oração ter vírgula depois de se ou caso?)

4 – «Podes ter imaginado um caminho incrível rumo a um destino excepcional. Mas, para levar as pessoas até lá, é necessário que faças a viagem parecer atraente.»

Nos exemplos acima, e e mas estão no início da oração. Sei que não é errado fazer isso, pois envolve uma questão de estilística, mas sei também que nesses casos eles poderiam estar em uma oração só. De qualquer forma, gostaria de saber se essas conjunções, exatamente do jeito que estão, têm a vírgula depois delas mal colocada.

Obrigado.

Zita Sequeira Professora Lisboa, Portugal 4K

Desde já o meu bem-haja por existirdes, pois sois de extrema importância.

Podereis, por favor, fazer a análise sintática dos elementos desta frase?

«Foi a poesia, antes da psicanálise, que nos tornou conscientes desta perturbante verdade existencial (...).»

Grata.

Hugo Ferreira Estudante Nova Friburgo, Brasil 20K

Sobre o uso da segunda pessoa do plural, gostaria de saber se ainda é possível, em Portugal, ouvir alguém que não seja do extremo norte utilizar o pronome vós em alguma situação. Sei que o uso dos possessivos (vosso/vossa/vossos/vossas) e dos pronomes oblíquos (vos/convosco) é extremamente comum e recorrente, mas o que dizer do pronome pessoal do caso reto que lhes corresponde? Usa-se o vós na fala coloquial? Com que frequência? E na escrita, é permitido pela norma misturar os pronomes auxiliares do vós com o pronome vocês? Ainda é comum os livros apresentarem os diálogos com o pronome vós? Ele soa estranho ou antiquado para os portugueses? Qual é a percentagem aproximada de portugueses que ainda usam o vós coloquialmente? São muitas dúvidas, mas achei melhor perguntar tudo duma vez em lugar de fazer várias perguntas parecidas.