A palavra "bolsominion" necessita de acento gráfico? É uma palavra paroxítona?
Elaborei uma questão sobre o advérbio nunca que gerou duplicidade na sala de aula.
A questão é baseada numa tirinha onde o rapaz dizia para a moça: «Abrace-me! Beija-me! Nunca deixa-me!», e a moça responde: «Tudo bem, mas antes dá para acertar o pronome?».
O humor consiste na moça fugir do rapaz quando ele erra a colocação pronominal, pois cortou o clima que havia entre eles. Compreendemos claramente que há um erro de colocação pronominal, uma vez que deveria ser uma próclise, e não ênclise, devido à palavra atrativa, que é um advérbio.
A dúvida é a seguinte: o nunca, nesse contexto é advérbio de negação ou de tempo?
Ajudem-me por favor!!!! A maioria dos professores de língua portuguesa acham que é uma negação e poucos concordam comigo que é tempo.
As minhas questões estão relacionadas com a subsequente frase:
«Ela falaz é tão quanto a Ilusão.»
Nesta frase, cuja ordem está invertida por motivos estilísticos, deverei manter o advérbio tão, o qual é usado em lugar de tanto antes de adjetivos e de advérbios, tendo em vista a ordem natural da frase «ela é tão falaz quanto a Ilusão», ou deverei mudar o tão para tanto por não se seguir um adjetivo ou um advérbio?
E, por igual nesta frase, deverei manter o quanto ou posso alterá-lo para quão, uma vez que está implícito um adjetivo, sendo «ela falaz é tão quão a Ilusão» equivalente a «ela falaz é tão quão (falaz é a) Ilusão»?
Obrigado desde já pela atenção.
Os dicionários registam esparguete, termo mais usual em Portugal, e espaguete, considerado mais correto no Brasil.
Sendo a origem desta palavra o vocábulo italiano spaghetti (plural de spaghetto, diminutivo de spago – cordel), qual será a razão da epêntese do r em esparguete?
Na 3.ª edição (1977) do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, lê-se:
Espaguete – do italiano spaghetti «macarrão fino». Há a variante esparguete, devida à influência de espargo.
E no Dicionário da Língua Portuguesa (2008) da Porto Editora encontramos, quanto à etimologia, o seguinte: do italiano spaghetti x espargo.
«E o que têm os espargos [a] que ver com esparguete, para além de haver uma óbvia semelhança na forma desses dois vocábulos?» pergunta-se aqui [Sara Leite, "Cordelinhos à Portuguesa", in blogue Língua à Portuguesa, 3/11/2008]:
«[a] A palavra “espargo” vem do grego asparagos, “espargo”, pelo latim asparagu- (Infopédia).
Será que o verbo latino spargo (espalhar) também poderá ter tido influência em esparguete?...
Fico muito grato pela vossa atenção.
A dúvida que se prende é com utilização da palavra gente, que por vezes pode revelar-se um pouco "traiçoeira". Na frase em consideração tenho alguma dificuldade em conseguir perceber se a mesma está ou não correcta[*]. Podem ajudar-me, por favor?
«(...) Gente mascarada em torno de uma fogueira de labaredas altas unia as vozes e num só cântico dançava, bebia, expurgava as suas almas como se estivesse possuída.»
Obrigado.
[*N.E. – Manteve-se a forma correcta, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990, no quadro do qual se escreve agora correta.]
Num artigo do consultório deparou-se-me a citação seguinte:
«A irritação ditava-lhe uma violenta resposta, mas já lho não permitia a consciência.» (Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais. 1860).
Esta frase suscitou-me a dúvida seguinte cujo esclarecimento antecipadamente agradeço.
Pergunto se, corretamente, não deverá antes escrever-se: «…mas já não lha permitia a consciência», isto é, escrever «lha» em vez de «lho», porquanto na 2.ª oração estamos referindo-nos à violenta resposta.
Quando é que se deve usar o artigo indefinido e quando é que se o deve[*] omitir?
Nalgumas situações os substantivos soam melhor com artigo e noutras soam melhor sem artigo.
Por exemplo, as frases «tens namorada?» e «sou professor» soam melhor do que as frases «tens uma namorada?» e «sou um professor», mas as frases «comprei uma camisola» e «ontem falei com uns turistas espanhóis» soam melhor do que as frases «comprei camisola» e «ontem falei com turistas espanhóis».
[*N.E. – Mantém-se a sequência «se o», embora a sua gramaticalidade seja controversa.]
O uso da vírgula nas situações abaixo se justifica? Não estariam elas separando elementos que têm relação sintática (no caso, o sujeito ‘«você’» do predicado ‘«gosta’»)?
Na fala, há uma pausa enfática depois do pronome, o que, acredito, deve induzir muitos escreventes a utilizarem a vírgula supondo ser ‘«você»’ um vocativo. Exemplos:
«E você(,) como está?»
«E você, vai passar as férias onde?»
Fico agradecido pela atenção.
Surgiu-me uma dúvida em relação à preposição do verbo adaptar.
Normalmente temos presente a preposição a regida por este verbo (ex.: «adaptou-se à nova realidade»), mas é também considerada gramatical a preposição para (ex.: «eu adaptei esta toalha para este fim»)? Qual a diferença?
Gostava de saber a vossa opinião. Obrigada.
Eu sei que não cabe analisar uma frase dita em outros tempos com as estruturas do presente, mas o ex-presidente de Brasil, o populista Getúlio Vargas [1882-1954], antes de se suicidar, escreveu:
«A sanha dos meus deixo o legado de minha morte.»
Se o trecho fosse escrito atualmente, o "a" deveria levar crase?
Grato!
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