Não se trata de erro, mas sim do uso do possessivo sem artigo definido. Em muitas expressões fixas, como é o caso, o possessivo ocorre sem artigo definido: «em meu nome», «em minha casa», «a meu favor».
Isto mesmo é confirmado pelo filólogo e linguista francês Paul Teyssier (1915-2002) no seu Manual de Língua Portuguesa (Portugal-Brasil) (Coimbra Editora, 1989, pp. 135/136):
«Até ao século XIX, os escritores portugueses podem empregar o adjetivo possessivo com ou sem artigo. Lê-se, por exemplo, em António Vieira (século XVIII):
"Apascenta minha ovelhas" [...]
"Apascenta meus carneiros" [...].
Hoje há certos casos em que nunca se emprega o artigo:
– Com os substantivos no vocativo, por exemplo, Não, minha senhora [...].
– Em certas fórmulas cristalizadas, por exemplo Vossa Excelência, Nosso Senhor [...].
– Num grande número de locuções que se vão aprendendo com a prática, por exemplo:
em seu nome a meu pedido em nosso favor por sua causa a meu ver [...]»