Considere-se a seguinte expressão:
«Quantas vezes ouvimos observações racistas feitas de um modo tão casual, tão inocente, que nem lhes respondemos.»
A interpretação deste segmento causou alguma polémica. Na minha interpretação, considero que, neste caso, casual significa «aleatório». Nesta linha de interpretação, o autor estaria a afirmar que muitas vezes se ouvem observações racistas aleatórias e inocentes.
No entanto, segundo a interpretação de outras pessoas, o autor teve como intenção referir que as observações racistas acontecem pontualmente, devido ao emprego do vocábulo casual. Não concordo com este ponto de vista, porque «muitas vezes» é uma expressão enfática, que salienta a frequência das observações racistas.
Poder-me-iam esclarecer acerca do significado deste vocábulo neste contexto, em específico?
Grato pela preciosa ajuda.
O verbo vidrar, com o significado de «ficar encantado, apaixonado ou muito interessado», é apenas aceite como português do Brasil?
Tomemos a seguinte hipótese de decassílabo heróico:
«Ora a sua compleição perde fulgor.»
Pergunto se «sua» pode ser considerada uma sílaba métrica, ou seja, pergunto se uma sílaba métrica pode ser composta por duas vogais, de forma a que, apesar de serem da mesma palavra, uma pertença à sílaba tónica e outra não.
Faço notar que sei que a maneira de escandir depende muito dos hábitos de cada poeta. A pergunta que faço é meramente teórica.
Grato desde já pela atenção.
Recentemente tomei conhecimento que no Alentejo existem as ruínas de Ammaia, monumento nacional desde 1949. Não me lembro de alguma palavra em português com dois mm.
Tendo em conta que as ruínas fazem parte do território nacional, pergunto porque nunca terá sido feito o aportuguesamento deste nome? Especialmente tendo em conta que tantos outros lugares estrangeiros tiveram os nomes aportuguesados. Terá sido porque a identificação arqueológica terá sido relativamente recente (1935)?
Obrigado!
A frase «os danos devem ser indemnizados» é válida? Deparei-me com ela recentemente e causou-me estranheza, porque penso que quem é indemnizado é "alguém", relativamente a esses danos... e não os próprios danos.
Já agora, reparei que o acordo ortográfico manteve o m no verbo indemnizar, embora, penso eu, quase toda a gente, mesmo em Portugal, diga "indenizar", "indenização"... Alguma razão para não termos adotado a grafia brasileira neste caso?
Na frase «Estreado em 1843, "Frei Luís de Sousa" é ainda hoje um drama romântico.» Pretendia saber se o constituinte "em 1843" desempenha a função de modificador ou de complemento oblíquo.
Muito obrigada!
Não consigo entender que tipo de ato ilocutório é a frase «O remédio?»
No texto falam da quantidade de bactérias que moram nos nossos automóveis, e os perigos que comportam. No fim do texto o autor escreve: «O remédio?» e propõe uns remédios como limpar o habitáculo, evitar comer dentro da viatura, etc.
Que tipo de ato ilocutório seria esse enunciado?
Foi já colocada uma pergunta, que teve resposta cabal, sobre a regência de advertir (alguém) de ou para alguma coisa.
Todavia, se o verbo for utilizado de forma "impessoal" numa frase do tipo «As conclusões do relatório advertem [que/de que] a natureza está em declínio a nível mundial», qual a regência correta?
Muito obrigado.
Napoleão Mendes de Almeida, na sua Gramática metódica da língua portuguesa, refere que se repete a preposição em frases como as seguintes:
«O de que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»
«O de que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz.»
«O de que precisamos é de calma.»
«O por que luto é pela justiça.»
A minha pergunta é esta: seria correto antepor a preposição de ao pronome o? O demonstrativo o nesses contextos desempenha a função sintática de sujeito, sendo assim seria correto ligar a preposição ao sujeito?
«Do que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»
«Do que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz»
«Do que precisamos é de calma.»
«Pelo que luto é pela justiça.»
Quanto a esta frase: «No que cuido é nos meus deveres» Seria correto dizer: «O em que cuido é nos meus deveres»?
Outra pergunta: Tem razão Mendes de Almeida ao dizer que a preposição se repete, ou seria melhor dizer «O em que cuido são os meus deveres», em que o verbo ser concorda com o predicativo «os meus deveres»?
Gratíssimo ao vosso trabalho
Acerca do nome da jovem ativista sueca Greta Thunberg, qual será a melhor maneira de o pronunciar? O Thunberg lê-se "tumbergue"?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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