Não é fácil classificar como correta ou incorreta uma parlenda (ou lengalenga) tradicional – brasileira ou de outro lugar. O mesmo se diga acerca dos versos que a constituem.
A forma mais antiga ou mais enraizada parece ser «hoje é domingo, pé de cachimbo». Contudo, há variantes como «pede cachimbo», alternativa esta que será uma forma de racionalizar um verso provavelmente absurdo na origem, talvez mais decorrente das necessidades da rima (cf. Cibelle Correa Béliche Alves et al., "Língua e cultura do Maranhão: tico tico sirilico... o que é, o que é – parlendas e adivinhas maranhenses das obras de Domingos Vieira Filho", in Anais do II Congresso Nacional de Literatura - II CONALI, 2014, pp. 391-404).
Trancreve-se a seguir uma das versões desta parlenda (sobretudo) brasileira: «Amanhã é domingo,/ Pé de cachimbo;/ A areia fina/ Deu no sino,/ O sino é de ouro,/ Deu na torre,/ A torre é de prata/Deu na mata;/A mata é valente,/ Deu no tenente,/ O tenente é mofino,/ Deu no menino;/ O menino é tolo/ Deu um tapa-olho.» (idem, p. 396)