Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório
Diogo Morais Barbosa Estudante Leiria, Portugal 1K

O território da Irlanda do Norte deve escrever-se "Ulster" ou "Úlster"? E devemos escrever «livros acerca do Úlster» ou «livros acerca de Úlster» (com ou sem acento)?

João Lázaro Professor de Português Madrid, Espanha 1K

Na minha profissão, sendo hispanofalantes a maioria dos meus alunos, deparo-me sistematicamente com o que me parece ser um uso indevido da preposição por (e as suas contrações), mas não tenho a certeza de como lhes explicar esta questão.

Vejo muitas vezes formações como:

O jogo foi cancelado pela tempestade. (devia ser «por causa da tempestade»)

Estamos confinados pela Covid. (devia ser «por causa da Covid»)

Não posso sair pela porta, visto que não tenho a chave. (pretende-se dizer «tenho de ficar em casa por causa da porta»)

A lei foi escrita pelo presidente, que cometeu um crime. (pretende-se dizer «por causa do crime do presidente»)

Os erros nas duas últimas frases parecem-me particularmente graves; gera-se confusão com as preposições de movimento e com os agentes da passiva. No entanto, há outras situações em que, aparentemente, podemos usar tanto por como «por causa de»:

A caravela, pelas suas características, era a embarcação ideal para navegar naquelas condições. (ou "por causa das suas características")

O livro, pela sua dificuldade, tem de ser lido por partes. (ou "por causa da sua dificuldade")

O empregado, pela sua experiência, devia ser promovido. (ou "por causa da sua experiência")

Como posso explicar em que casos posso ou não usar ambas as alternativas?

Muito obrigado desde já.

Sara Afonso Professora de ballet Porto, Portugal 18K

«Denominada de...» é errado?

Deve ser escrito, sem exceções, sem preposição?

Álvaro Faria Ator Lisboa, Portugal 3K

«O jovem cantor espanhol, de 18 anos, já interpretou este tema no passado e há de interpretá-lo muitas vezes no futuro.»

Como classificariam os pares «jovem» / «18 anos», «interpretou» / «no passado» e «há-de interpretá-lo» / «no futuro»?

Pleonasmos? Redundâncias? Ou...?

Obrigado.

Carlos Herrero Professor Portugal 3K

Qual das seguintes formas é a correta? De forma a as pessoas poderem passar, temos de desimpedir o caminho. De forma às pessoas poderem passar, temos de desimpedir o caminho. A preposição de não se contrai com artigos quando seguida de formas verbais no infinitivo. Acontece o mesmo com a preposição a?

Muito obrigado pela vossa atenção.

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 2K

Em «a nobreza e pessoas de fortuna utilizavam adereços e substâncias aromáticas como forma de mascarar as suas imperfeições e criar uma imagem de sublimidade, beleza e até de semelhança a(os) deus(es).», a oração introduzida por «como» é subordinada adverbial comparativa ou final? Porquê?

Agradecido pelo ímpar apoio.

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 1K

Em «Completam-se hoje 42 anos sobre o dia em que regressei a Lisboa, depois de 10 anos de exílio […]. Pisar o chão de Lisboa no dia 2 de maio de 1974 foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. […]», há inferências deíticas espaciais?

Se há, quais?

Agradecido

Maria Cristina de Magalhães Pereira Poço Professora Ponte de Lima, Portugal 2K

A expressão «Antigos Paços do Concelho» deve ser escrita com maiúsculas ou minúsculas?

Obrigada.

Vicente de Paula da Silva Martins Professor universitário Sobral, Brasil 14K

Em um mesmo jornal de grande circulação, no Brasil, tenho observado diferentes grafias para «imitar ou descrever alguém que reclama demais» ou para «satirizar e tirar sarro de reclamações ou brigas desnecessárias, servindo como argumento para as pessoas pararem de falar».

Afinal, que grafia devemos adotar na escrita? “Mimimi”, “mi mi mi” ou “mi-mi-mi”?

Eis os contextos:

a) “Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades, mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, questionou o presidente em São Simão (GO).” (Marcelo Toledo e Luís Cláudio, Saúde, Folha de São Paulo, 04/03/2021);

b) “Finalmente o futebol está de volta nesta quarta-feira! Depois de quase um mês de muito blá-blá-blá, mi mi mi e jogos horripilantes, vamos ter três jogos de verdade hoje. Palmeiras x Inter, Grêmio x Bahia, Athletico x Flamengo abrem as quartas de final da Copa do Brasil. Felizmente acabou a Copa América, uma das piores edições da história, que não deixará saudades.” (Ágora São Paulo, Esporte, Folha de São Paulo, 10/07/2019); e

c) “Era um papel bastante distanciado, porque o Estado se comporta como reflexo da sociedade que o compõe, negando esse processo de morte. Desde novembro de 2018, temos uma normativa sobre os cuidados paliativos no SUS. Está aprovado, reconhecido. Precisamos agora ter quem faça. Temos que mostrar ao que viemos, sem mi-mi-mi.” (Paulo Markun, Colunas e Blogs, Folha de São Paulo, 21/08/2019)

Carlos Viegas Professor Universitário Vila Real, Portugal 3K

Gostaria ainda da vossa opinião sobre estas expressões:

– «Esta doença cursa com diarreia, vómitos...» («cursa com»?) Não será melhor «evolui com»? «Manifesta-se com...»?

«O Sr. João foi diagnosticado com melanoma» («o melanoma foi utilizado para diagnosticar»?) Não será melhor: «ao Sr. João foi-lhe diagnosticado um melanoma»?

Grato.