DÚVIDAS

Ditongos crescentes e acentuação gráfica
Estou a ter alguns problemas para distinguir ditongos crescentes. Poder-me-ão dizer se é uma situação normal, dado que são muito instáveis e que há quem os considere falsos ditongos. (Já vi quem defenda serem falsos ditongos, outros, porém, chamam-lhes falsas esdrúxulas. Não sei qual seria a designação apropriada.). O problema é, no momento em que tenho de acentuar graficamente as palavras que os incluem, não sei porque tenho de aplicar a regra. Como posso justificar a acentuação gráfica em palavras como: contrário, mágoa, tábua, nódoa, ténue, árduo, vácuo, polícia, côdea, cárie, aéreo? Ou a sua ausência em: lavandaria ou geometria? Agradeço desde já a atenção e parabenizo o sítio do Ciberdúvidas e o vosso labor extraordinário. Bem hajam!
O verbo pretender e o pronome se
A dúvida surge na seguinte frase: «Na segunda parte do trabalho, pretendeu-se determinar as constantes cinéticas da invertase de S. bayanus.» A construção frásica «pretendeu-se determinar» está correta, ou deveria ser «pretendeu determinar-se»? Ou será que ambas são aceites? Na Gramática do Português, volume II (organizada por Eduardo Buzaglo Paiva Raposo, Maria Fernanda Bacelar do Nascimento, Maria Antónia Coelho da Mota, Luísa Segura e Amália Mendes, publicada pela Fundação Gulbenkian), no sub-capítulo "Propriedades dos verbos auxiliares", a secção sobre construção passiva pronominal apresenta os exemplos «Pretende-se corrigir os exames antes do fim do mês», «Pensou-se expulsar os diplomatas bizantinos» ou «Lamentou-se perder as chaves da casa» (p. 1249) como estando gramaticalmente corretos.
Um teste fiável para identificar o sujeito frásico
Visitar a vossa página tem sido das melhores coisas que venho fazendo de um tempo para cá. O rigor e a facilidade com que descrevem/explicam são invejáveis! Hoje trago mais uma pergunta, desta vez, no campo da análise sintática. Ei-la: Gostava de saber que função sintática desempenha o grupo destacado, na frase abaixo: «Em cada poste estava encostado um ramo de palmeiras.» Eu considerei como complemento direto, pois responde à pergunta «o quê?» feita à locução verbal «estava encostado». Porém, há pessoas que classificam como sujeito. Neste prisma, gostaria de entender se há lógica em classificar tal expressão como sujeito. Obrigado
A história da grafia às (contração)
Comprei recentemente a edição fac-similada do famoso Cozinheiro dos Cozinheiros de Plantier. É um livro extraordinário, no sentido gastronómico do termo. Mas também achei muito interessante as diferenças na grafia do português, desde o final do século XIX, e algumas palavras agora muito raras (trocazes, láparo, lebracho, tencas, etc.). Mas a minha pergunta concreta tem a ver simplesmente com a palavra às (contr. de prep e artigo) que nesse livro surge sempre como "ás." A minha pergunta é quando tal mudança teve lugar na ortografia portuguesa e porquê. Muito obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa