Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório
Silvina Sousa Copydesk Lisboa, Portugal 8K

«Os ventos sopravam de feição para eles», ou « Os ventos sopravam à feição deles»?

Cenira Gomes de Oliveira Muniz Estudante Crato, Brasil 7K

Comparando a pronúncia predominante da palavra papel com a fala de um cacique, "papéw" e "papé" respectivamente, é uma supressão de uma consoante final, ou uma supressão de uma vogal final? O que significa supressão?

Manuel Alves Reformado Lisboa, Portugal 5K

Lendo a célebre obra de Aquilino Ribeiro Quando os Lobos Uivam (Bertrand, 3.ª edição), deparei-me com alguns termos e expressões que gostaria de esclarecer, visto que não o consegui através de dicionários.

Venho por isso pedir ajuda ao Ciberdúvidas, a qual desde já muito agradeço.

Qual o significado de:

«fazer o bem de alma» (pág. 23); «deitar vozes a gaiteiro» (pág. 56); «homem-lige» (pág. 57); «à fia resga» (pág. 103); «ronho do matagal» (pág. 249)?

Gostava também de saber se existe algum glossário dos termos e expressões de carácter regional, empregados pelo grande escritor nas suas admiráveis obras.

Ana Paula Costa Consultora Lisboa, Portugal 18K

E desta forma termina o tópico denominado "Chamar com Regência":

(...) «Assim, embora se defenda como preferível a forma "ele chamou-lhe intelectual", não poderá dizer-se que é um erro a construção "chamar de" no sentido de "chamar nomes a alguém", presente na frase "ele foi chamado de intelectual"».

Mas como pode tal?...

Se aceitarmos a construção «ele foi chamado de intelectual», teremos de aceitar também «chamaram-no de intelectual». Se aceitarmos «chamei-o de mentiroso», teremos de aceitar, por exemplo, «chamaste-o», ao invés de «chamaste-lhe»; «chamámo-lo», ao invés de «chamaste-lhe», etc. E, como bem refere M.R.M.R.: «seria, sim, incorrecto dizer “o chamam” ou “chamam-no”. A forma correcta é "lhe chamam"». «Ela chamou sábio ao professor» = «Ela chamou-lhe sábio» Em Portugal, é esta a construção correcta.

Se alguém «o chamou», foi, possivelmente, para obter a sua atenção. Se alguém lhe chamou, foi, provavelmente, um nome qualquer. E são, decididamente, coisas diferentes. O que será que me escapa?

Obrigada.

Dina Maria Martins Ferreira Professora universitária São Paulo, Brasil 21K

Gostaria de saber o processo filológico-românico das expressões dantes, d´antes e antes, para uma pesquisa de expressões de Lula e de Camões.

Grata pela atenção.

Sylmara Barreira Professora Palmas, Brasil 18K

Usa-se "pró-tempore" (aportuguesado) ou "pro-tempore", sem acento, conservando a palavra latina. Neste caso, em relatório científico, deve-se usar a palavra em itálico?

Obrigada.

José Maria Viríssimo Reformado (técnico de contas) Funchal, Portugal 5K

Já li o que está escrito sobre a origem de entrudo. Há dias, porém, alguém que "sabe" afirmou que no Carnaval, usando dos disfarces das folias da época carnavalesca, era dada a determinados prisioneiros a oportunidade de "disfarçados" visitarem os seus familiares regressando depois à reclusão. A palavra entrudo teria origem em entra-tudo...

Nesta mistura de disfarces entrava... tudo...

Terá esta história algum fundamento?

Obrigado pela vossa atenção.

Paulo Pereira Engenheiro mecânico Londrina, Brasil 16K

Como português fiquei envergonhado. Temos de ser isentos e admitir. Bechara está inventando um novo acordo ortográfico com muita habilidade, mas ele tem razão em tudo. Presto a minha homenagem...

Com o tempo verifiquei que muitas das dificuldades do acordo ortográfico resultam de este estar incompleto. E ele está omisso porque a parte brasileira confiou na coerência e racionalidade do atual sistema português e não aprofundou. Eu não gostava do passado sistema brasileiro, mas ele era de regras relativamente simples e coerente. O mesmo não se pode dizer do atual sistema português. Acreditem ou não, apesar de toda a boa vontade notória brasileira, ele está a levar os gramáticos brasileiros à loucura... Vou deixar a conjugação de alguns verbos tirados do Priberam online. Eles dizem tudo...

Conjugação do verbo arguir (presente do indicativo)

arguo

argúis

argúi

arguimos

arguis

argúem

Conjugação do verbo construir (presente do indicativo)

construo

constróis

constrói

construímos

construís

constroem

Conjugação do verbo arguir (pretérito perfeito do indicativo)

argui

arguiste

arguiu

arguimos

arguistes

arguiram

Conjugação do verbo construir (pretérito perfeito do indicativo)

construí

construíste

construiu

construímos

construístes

construíram

Cláudio Alexandre Duarte Estudante Coimbra, Portugal 15K

Acabei de descobrir no site do Portal da Língua Portuguesa que coa é forma do verbo coar, enquanto côa é substantivo.

Ora, eu estive sempre convencido de que as palavras que terminavam em «oa» (acentuado) não precisavam de acento gráfico (boa, coroa, doa, gamboa, Lisboa, pessoa, voa, etc.). Nos «casos particulares» que os senhores apontam aqui, parece que o acento gráfico é usado para distinguir palavras com pronúncia diferente que, sem o dito acento gráfico, ficariam ambíguas.

Se tanto coa (forma verbal) e côa (substantivo) são pronunciadas ['koɐ], poderiam os senhores explicar-me o porquê do acento gráfico?

Obrigado.

Anabela Ferreira Funcionária consular Joanesburgo, África do Sul 8K

Gostaria de saber qual o termo mais correcto: «poder paternal», ou «poder parental»?

Muito obrigada.