Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Ana Rita Silveira Professora São Paulo, Brasil 4K

Quais são os morfemas que compõem os neologismos imexível e convivível?

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil 6K

Gostaria de saber se a palavra "colpoltor", que designa, salvo engano, um vendedor protestante e ambulante de exemplares da Bíblia e de outros livros, o qual, por vezes, é também pregador, integra o vocabulário da nossa língua, ou deve ser considerada um estrangeirismo.

De qualquer modo, gostaria que confirmassem o sentido da palavra, mencionado acima, e esclarecessem a sua etimologia.

Muitíssimo obrigado eternamente.

Cristina Costa Téc. de planeamento Lisboa, Portugal 6K

Na pág. 31 do Público de 23.03.2009 pode ler-se na crónica do Miguel Esteves Cardoso:

«Pode ser picuinhas, mas aqui fica a eulogia pronominal.»

Consultado o dicionário não encontrei significado para o palavrão "eulogia".

Podem, por favor, esclarecer-me?

Obrigada.

Ângelo Leite Analista de segurança Rio de Janeiro, Brasil 18K

Qual a origem do pingo na letra j e o porquê da sua utilização?

Virgínia M. Formadora Messines, Portugal 8K

Queria felicitar-vos pelo excelente trabalho que fazem, pois o Ciberdúvidas é ferramenta muito útil para quem tem dúvidas na língua portuguesa. Gostaria de saber quando redigimos um texto e utilizamos as formas verbais no pretérito perfeito. Devemos manter esse tempo verbal até ao fim?

E na frase «Mas como lá não havia universidade, iria viver para Lisboa para poder tirar o curso», a forma "iria" está correcta? Não posso substituir por "foi"?

Obrigada.

António Santos Director comercial Lisboa, Portugal 7K

Quando num determinado lugar se usam muitos instrumentos para medir os mais diversos parâmetros (temperatura, qualidade do ar, movimentos, etc., etc.) diz-se que esse lugar está "instrumentado", ou "instrumentalizado", ou aplica-se outro termo?

Mário Azevedo Paginador Vila Nova de Famalicão, Portugal 8K

Gostaria de saber se a palavra "cassalho" (ou "caçalho") existe ou está dicionarizada. Ouvi-a recentemente na terra da minha mulher (Celorico de Basto), com o significado de «bebé» ou «criança muito pequena», mas não a encontro em nenhum dos dicionários que pesquisei (Porto Editora; Academia; Dicionário on-line Priberam). Curiosamente, ao fazer uma busca no Google, o termo aparece apenas enquanto apelido.

Riccardo Mura Foneticista Tempio Pausania, Itália 9K

Em Portugal, há uma pronúncia standard do latim, comum nas escolas e universidades e no âmbito eclesiástico?

E, se houver, é uma pronúncia muito "aportuguesada", ou corresponde à pronúncia 'tradicional' do latim, ou àquela "restaurada" (é dizer, "clássica")?

A pronúncia tradicional é caracterizada pelas seguintes correspondências grafemas-fonemas?

a: /a/ (sempre, sem fechar quando estar átono);

ae: /E/ (aberto);

b: /b/ (sempre, sem lenir quando estar posvocálico);

c + a, o, u ou consoante: /k/;

c + i, e, oe, ae: /s/ ???

cci: /ksi/;

cce: /kse/;

ch: /k/;

d: /d/ (sempre, sem lenir quando estar posvocálico);

e: /e/ (sem fechar quando estar átono) ou /E/ (aberto);

f: /f/;

g + a, o , u ou consoante: /g/ (sempre, sem lenir quando estar posvocálico);

g + i, e, oe, ae: /Z/ (som inicial da palavra "giro");

gn: /N/ (como na palavra "minha")?

gu + e, i: /gw/;

h: muda;

i: /i/ ou /j/;

j: /j/ (como o 'i' da palavra 'maio')?

k: /k/;

l: /l/;

m: /m/;

n: /n/;

o: /o/ (sem fechar quando estar átono) ou /O/ (aberto);

oe: /E/ (aberto);

p: /p/;

ph: /f/;

qu + e, i: /kw/;

r: /r/ (nunca /R/ como em 'rato')?

rh: /r/ (nunca /R/ como em 'rato')?

s: /s/ (sempre, sem sonorizar até /z/ quando estar posvocálico)?

t: /t/;

th: /t/;

ti + vogal: /sj/;

u: /u/ ou /w/;

v: /v/;

x: /ks/ (sempre);

y: /i/;

z: /z/ (ésse sonoro, como em 'casa')?

José Rebelo Comunicador Lisboa, Portugal 52K

Já aqui vi algumas questões como aquela que irei expor, mas a resposta não me parece clara. Desejo ser elucidado de forma conclusiva. Usando a seguinte frase (isolada, sem qualquer contexto) como exemplo, «De forma alguma é azul», estou a negar que é azul, ou estou a dizer que de alguma forma é azul? Se estou correcto (e como vem descrito numa das respostas às questões anteriormente colocadas), só posso usar a expressão «de forma alguma» com sentido de negação quando na mesma sentença ela é acompanhada de uma negação. Ou seja, só poderei negar (utilizando a expressão «de forma alguma») que é azul da seguinte forma: «Não é azul de forma alguma.» De outra maneira, não é possível numa frase isolada fazer uma negação, utilizando apenas a expressão «de forma alguma» (sem outra forma de negação). Inequivocamente pode-se utilizar: «De forma nenhuma é azul.» Que é justamente o contrário de «De forma alguma é azul.»

Numa das questões colocadas: «[Pergunta] Quando nos queremos referir a algo com que, por exemplo, não estamos de acordo, como nos devemos exprimir? "De forma alguma" ou "De forma nenhuma"?

[Resposta] É correcto algum com sentido negativo (= nenhum), quando vem depois de um substantivo. Até o nosso grande Camões o empregou n´Os Lusíadas, I, 71: "Os segredos daquela Eternidade A quem juízo algum não alcançou!"»

Ao contrário do que foi explicado, nenhum não tem qualquer sentido de negação mas, sim, a palavra não, pois, se colocarmos a mesma frase sem o não, ficando «Os segredos daquela Eternidade A quem juízo algum alcançou!», perde-se o sentido de negação, permanecendo a palavra algum e retirando o não. Portanto, algum não influencia a afirmação tornando-a uma negação. O nosso grande Camões nunca utilizou algum ou «de forma alguma» com sentido de negação (felizmente). Não obstante, esta expressão é comummente utilizada como negação e espanta-me como os usuários de um idioma permitem que «uma mentira dita muitas vezes possa tornar-se verdade». Ou seja, estou eu errado de forma alguma!? Ou não estou eu errado de forma alguma?! É de salientar que o não, nenhum, nada, nunca, jamais e outras é que fazem a diferença entre uma negação e uma afirmação. Expressões como «de forma alguma» poderão ser no máximo uma enfatização de uma negação: «Não é azul, de forma alguma.»

Concluindo, ao dizer «De forma alguma é azul», estou exactamente a afirmar que de alguma forma é azul e não a negar que seja azul? Estou correcto quando afirmo que, por si só, a expressão «de  forma alguma» não representa uma negação? Queiram por favor corroborar ou contradizer as minhas declarações utilizando exemplos.

Grato pela atenção.

Fernanda Carvalho Mulher de limpezas Porto, Portugal 91K

No meu tempo, aprendi na escola que «novo carro» e «carro novo» não significavam a mesma coisa; assim como «bonita rapariga» e «rapariga bonita», «mau homem» e «homem mau», «fino bigode» e «bigode fino», «forte homem» e «homem forte», etc.

Será que o que me ensinaram ainda é válido ou por efeito de tanto se "macaquear" as falas estrangeiras ficou definitivamente fora de moda e substituído por uma maneira de falar cada vez mais "martelada", medíocre, feia e, às vezes, até irracional? Já ouvi chamarem aos arquivos distritais, «distritais artigos»...

Entendo que evolução não é sinónimo de destruição!

Despeço-me desde já grata.